por Jorge Furtado
em 25 de setembro de 2009
Na coluna da esquerda, Fernando Henrique Cardoso, Alvaro Uribe, Rei Juan Carlos e Roberto Michelleti. Na coluna da direita, Lula, Evo Moralez, Hugo Chavez e Manuel Zelaya.
FHC mudou a constituição em benefício próprio, sem realizar qualquer plebiscito ou consulta popular. Alguns deputados que votaram a favor da mudança constitucional, que beneficiou o governo do PSDB, tiveram seus votos comprados, com dinheiro em malas, e foram cassados. Alvaro Uribe enviou ao congresso da Colômbia proposta de mudança constitucional que o benificia, pretende concorrer a um terceiro mandato. O Rei Juan Carlos é rei da Espanha porque seu pai era rei da Espanha, reis não são eleitos. Roberto Michelleti, atualmente ocupando a chefia do governo de Honduras, liderou um golpe que derrubou o presidente eleito.
Lula cumpre o mandato para o qual foi eleito, sem qualquer alteração constitucional. Evo Morales e Hugo Chavez cumprem mandatos para os quais foram eleitos, promoveram plebiscitos para decidir alterações constitucionais e, vencedores ou derrotados, cumpriram as decisões das consultas populares. Chavez foi vítima de um golpe militar, apoiado pelo governo Bush, mas foi reconduzido ao poder, pelo voto. Manuel Zelaya, presidente eleito de Honduras, foi deposto pelos golpistas com a alegação de que pretendia fazer uma consulta popular sobre a convocação de uma assembléia constituinte que talvez o permitisse concorrer a um segundo mandato.
Qualquer análise racional conclui que os líderes da coluna da direita demonstram maior apego à democracia e às regras constitucionais que os líderes da coluna da esquerda. No entanto, em qualquer conflito entre os líderes da coluna da esquerda e da direita, a elite brasileira e sua antiga imprensa, sempre alegando defender princípios democráticos e constitucionais, demonstra sua inequívoca simpatia pelos lideres da coluna da esquerda. O motivo? Está na cara.
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Notícias difíceis de achar por aqui:
Estados Unidos suspendem visto de presidente interino de Honduras
Claudia Jardim
De Caracas para a BBC Brasil
A autoridade de Micheletti como presidente não é reconhecida pela comunidade internacional
Os Estados Unidos suspenderam o visto do presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, de seu chanceler Carlos López e de 14 juízes da Suprema Corte de Justiça, em uma nova medida de pressão para levar à assinatura do acordo de San José, que prevê a restituição ao poder do presidente eleito Manuel Zelaya.
A medida foi anunciada pelo próprio Micheletti neste sábado, que disse ter sido informado pelo consulado dos Estados Unidos em Tegucigalpa, capital hondurenha.
“Recebi uma carta do consulado americano em Honduras, na qual me informam que suspenderam o visto de entrada nos EUA, em razão dos fatos de 28 de junho (quando Zelaya foi deposto), afirmou.
“Esta é uma mostra da pressão que o governo dos EUA exerce em nosso país”, acrescentou.
Pressão econômica
Há pouco mais de um mês, Washington já havia suspendido o visto diplomático de alguns funcionários de governo interino, cuja legitimidade não é reconhecida pela comunidade internacional.
Dessa vez, porém, as autoridades norte-americanas, segundo Micheletti, suspenderam também seu visto de entrada como turista aos Estados Unidos.
Segundo o líder interino, a carta enviada pelo consulado americano, na qual informam a suspensão de seu visto foi dirigida ao presidente do Parlamento -cargo que Micheletti ocupava antes do derrocamento do governo eleito - e “não como presidente de Honduras”, disse.
A medida se soma à decisão tomada na quinta-feira pela Casa Branca de suspender uma ajuda de US$11 milhões que seriam destinados a Honduras para o desenvolvimento de projetos de cooperação.
Na quarta-feira foi a vez do FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciar o congelamento de um crédito correspondente a US$ 164 milhões, ação que pode ser considerada como a pior sanção econômica aplicada ao governo liderado por Micheletti até agora.
Em resposta, o ex-parlamentar disse que a decisão dos EUA “não muda em nada minha situação porque não estou disposto a retroceder”, afirmou. “Isso não vai mudar nosso pensamento, nossa mentalidade e nosso desejo de viver em democracia”, disse.
As novas medidas de pressão dos Estados Unidos estão sendo vistas como uma “vitória, ainda que insuficiente”, pela Frente de Resistência Contra o Golpe, que mantém mobilizações nas ruas das principais cidades do país, exigindo o retorno de Zelaya à Presidência.
Eleições
A direção da Frente rejeita a campanha eleitoral em curso para as eleições gerais de novembro, por considerar que não há “legitimidade e transparência” para a realização de um pleito democrático.
A Organização de Estados Americanos (OEA), Brasil e a maioria dos países da região advertiram que não reconhecerão o resultado das eleições, caso Zelaya não seja restituído.
O acordo de San José, rejeitado por Micheletti e seus aliados, prevê, entre outros pontos, o retorno de Zelaya à Presidência, a antecipação das eleições gerais agendadas para novembro e o abandono da proposta de consulta popular para convocar uma Assembléia Constituinte - medida que foi utilizada como argumento pela oposição para depor a Zelaya.