por Jorge Furtado
em 17 de setembro de 2010
Não acredito, sem conferir, em absolutamente nada do que diz ou escreve a antiga imprensa (com a possível exceção dos resultados esportivos, e olhe lá). Além de cometer muitos erros, o que é compreensível numa produção diária de notícias, eles mentem sem o mínimo pudor, com bastante frequência, a respeito de quase tudo, quase sempre para beneficiar a candidatura de José Serra, mas isso deve ser coincidência.
Esta semana todos os jornais repetiram as “informações” da Veja de que o filho de Erenice Guerra “obteve R$ 5 milhões” na intermediação de uma empresa de transporte aéreo com os Correios. No dia seguinte, ninguém mais tocava no assunto, esqueceram rapidinho os tais 5 milhões, aposto que nunca mais falarão nisso.
O assunto hoje é outro, a demissão de Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil, decorrente das graves denúncias do jornal Folha de S. Paulo, repercutidas pelos jornais Estado de São Paulo e O Globo, denúncias estas que são inteiramente baseadas na palavra do senhor Rubnei Quícoli, a nova cara da antiga imprensa, que o Brasil passa agora a conhecer um pouco melhor.
No dia 7 de maio de 2003, Adauto Luis Trematore Moraes, motorista do caminhão Mercedes Benz, placas BXG 1734 RC/SP, carregado com aproximadamente 10.000 kg de condimentos, pertencente à empresa Di Carne Indústria S/A, teve o seu caminhão (e a carga) roubados por indivíduos não identificados.
Entre os dias 7 de maio de 2003 e 21 de maio de 2003, o senhor Rubnei Quícoli, que hoje estampa as páginas da Folha de S. Paulo com graves denúncias contra a honra de várias pessoas, recebeu em um barracão localizado na rua Eugênio Valério, n. 39, Vila Bourbon, Souzas, interior de São Paulo, o caminhão com a carga e, sabendo se tratar produto de roubo, a única fonte da Folha de S. Paulo para graves denúncias contra a honra da ex-ministra Erenice Guerra e do presidente do BNDES, Luciano Coutinho e seus familiares, passou a ocultar o caminhão e a carga roubada no barracão. O caminhão receptado pelo senhor Rubnei Quícoli, a fonte da Folha, continha aproximadamente 10 toneladas de condimentos e conservantes de carne, pertencente à empresa Di Carne Indústria S/A.
Depois de esconder o caminhão roubado e sua carga no barracão, o senhor Rubnei Quícoli, a fonte da Folha de S. Paulo, identificando-se como “José”, entrou em contato com o dono da carga e do caminhão roubado, Oswaldo Panaro Tesch, a quem passou a oferecer a carga roubada pelo valor de R$ 10.000,00, cerca de um terço de seu valor real (31.600,00). O senhor Osvaldo, a vítima do roubo, narrou o fato a polícia e, por ela orientado, acordou com o senhor Rubnei Quícoli a entrega da carga em um outro barracão, na cidade de Rio Claro, ficando acertado que o senhor Rubnei - fonte de graves denúncias contra a honra de muitas pessoas, ontem publicadas pela Folha de S. Paulo - contrataria um motorista para levar a carga roubada até aquela cidade.
No dia 21 de maio de 2003, Rubnei contratou o motorista Ronaldo para levar a carga roubada até a cidade de Rio Claro. Os policiais daquela cidade já estavam avisados da chegada da carga e prenderam Ronaldo em poder da carga roubada. Ronaldo foi então levado até a Delegacia de Polícia, onde esclareceu os fatos aos policiais, informando que havia recebido um telefonema do senhor Rubnei Quícoli, que o contratou para entregar a carga roubada em um barracão na Avenida 15, n. 1552, em Rio Claro. Rubnei pagou a Ronaldo a quantia de R$ 500,00 pelo frete, que lhe disse que não tinha nota da carga. Ronaldo ainda indicou aos policiais o barracão onde os produtos estavam guardados e foram carregados no caminhão.
No dia 27 de maio de 2003, no período da manhã, na rua Nicola Fassina, n. 329, Colinas do Ermitage, na cidade de Campinas, o senhor Rubnei Quícoli, única fonte de denúncias publicadas ontem pela Folha de S. Paulo, segundo os autos de sua condenação na justiça, “usou de grave ameaça de morte contra o motorista Ronaldo, em virtude dele ter colaborado com os policiais”. Rubnei Quícoli, o informante da Folha, dirigiu-se até o condomínio em que Ronaldo residia, em veículo BMW, armado e em companhia de outras pessoas, ameaçando de morte Ronaldo e seus familiares, deixando um recado com os porteiros de nome Fernando e Ednilson, dizendo-lhes que “Ronaldo já era” e que o mesmo “Vai morrer”. Em virtude de tais ameaças, Ronaldo teve de mudar de residência.
Por receptação e venda de roubo, intimidação de testemunha e ameaça de morte, o senhor Rubnei Quícoli, a única fonte de graves denúncias publicadas pela Folha de S. Paulo a respeito da honra da ex-ministra Erenice Guerra, do presidente do BNDES, Luciano Coutinho e de seus filhos, foi julgado e condenado em 2007 a dois anos de reclusão, tendo cumprido 10 meses em regime fechado. Foi solto em 2008.
Em setembro de 2010 o senhor Rubnei Quícoli procurou o jornal Folha de S. Paulo, que o entrevistou e estampou suas graves denúncias na capa do jornal, com a seguinte manchete:
Filho de Erenice pediu 5% por crédito no BNDES, diz empresa.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cp16092010.htm
A empresa, no caso, é o senhor Rubnei Quícoli, o mesmo que na manhã do dia 27 de maio de 2003, armado, ameaçou de morte o motorista Ronaldo, contratado por ele para fazer a entrega, mediante o pagamento de um terço de seu valor, ao proprietário da carga roubada, um caminhão carregado com 10 toneladas de conservante de presunto. Rubnei Quícoli, segundo a Folha, “confirma que um lobby opera dentro da Casa Civil da Presidência da República e acusa filho da ministra Erenice Guerra de cobrar dinheiro para obter liberação de empréstimo no BNDES”.
Rubnei se apresentou à Folha como “consultor” da EDRB do Brasil Ltda, uma empresa interessada em instalar uma central de energia solar no Nordeste. A empresa nega ter conhecimento que Rubnei atuava como seu consultor.
Rubnei disse - e a Folha publicou, creditando a informação à empresa “EDRB do Brasil Ltda” - “que o projeto estava parado desde 2002 na burocracia federal até que, no ano passado, seus donos foram orientados por um servidor da Casa Civil a procurar a Capital Consultoria. Trata-se da firma aberta em nome de um dos filhos de Erenice, Saulo”. Sempre acreditando na palavra de Rubnei, a Folha informa que “representantes da EDRB disseram ter sido recebidos em audiência oficial por Erenice na Casa Civil, em novembro, quando ela exercia o cargo de secretária-executiva e a titular do ministério era a hoje candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT).”
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1609201008.htm
Segundo o próprio Rubnei declarou a imprensa, o pedido de financiamento foi negado. Ele teria então passado a pressionar Vinícius de Oliveira Castro, então assessor de Erenice Guerra, através de e-mails e telefonema, tentando viabilizar o empréstimo no BNDES. Ele mesmo entregou ao jornal O Globo cópias dos e-mails que alega ter enviado.
Em O Globo de hoje, Rubnei narra suas desventuras:
Em 2 de janeiro, dois meses após ser recebido na Casa Civil, sem uma resposta positiva, Quícoli avisa [segundo ele alega] a Vinícius e aos donos da empresa que tinha encontro marcado com jornalistas e “Serra” (ele não deixa claro se está se referindo ao tucano José Serra). Informa que adiou a reunião “para ver a postura que a Casa Civil irá tomar”.
É o começo da intensa pressão exercida por e-mail. Além de Vinícius, ele se comunica com Luiz Carlos Ourofino, que também [segundo Rubnei alega] participaria das negociações. Em várias mensagens [que ele alega ter enviado], o empresário explica que discorda da comissão de R$ 240 mil, supostamente exigida pela Capital para azeitar o financiamento. E fixa o dia 2 de fevereiro para que Vinícius e seus companheiros obtenham sucesso junto ao BNDES. Em alguns e-mails, o empresário cita até familiares do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na trama supostamente montada com integrantes da Casa Civil para garantir que a EDRB fosse contemplada com empréstimo de R$ 9 bilhões para criar uma central de energia solar no Nordeste.
Numa das mensagens para Ourofino [que Rubnei alega ter enviado], em 28 de janeiro, ele afirma: “Derrubo o Coutinho e muita gente ao redor dessa Casa Civil e BNDES”. E completa: “Cabeças irão rolar… isso eu GARANTIUUUU (sic).” A ameaça seria concretizada [segundo Rubnei alega] caso Vinícius e M.A. (iniciais de Marco Antonio, então diretor dos Correios) não dessem demonstrações claras de seu engajamento no projeto de energia. No mesmo texto, ele adverte: “Não tenho nada a perder… boca para falar, eu tenho, e muito (sic) saliva”.
Nos e-mails [que ele alega ter enviado], Quícoli se refere a Vinícius como “advogado da Dilma” e se diz vítima de 171 (estelionato). Promete que, em caso de recuo nas pretensões de construir a central elétrica, faria estardalhaço nos jornais.
A quatro dias de seu prazo fatal, Quícoli [segundo alega] informa a Vinícius que não pode “ficar dando explicações e fazendo reuniões com os oportunistas de plantão, querendo saber de quanto e como irão levar se houver o aporte beneficiado pela empresa”.
Os dias se passam, e os lobistas com acesso à Casa Civil, segundo o relato de Quícoli, não cooperam. Em 1º de fevereiro, às 7h08m, ele marca a hora em e-mail a Vinícius: “Mantenho minha palavra até as 18h de hoje, amanhã é outro dia”. No mesmo dia, à noite, volta a pressionar, de forma ainda mais incisiva. “A partir de amanhã, não me falem mais sobre BNDES, usina solar e tão pouco (sic) o PT e o que nele contém”. Chama os integrantes do grupo de “bandidos” e cita um dos filhos de Coutinho, sem mencionar o nome: “Não permito que um MOLEQUE me ofende (sic) por ser filho do presidente do BNDES. Deveria tomar cuidado na maneira de proceder”.
Coutinho disse nesta quinta-feira que as denúncias são “graves e mentirosas”. Sustentou que as acusações “não têm pé nem cabeça” e informou que entrará com processo e pedido de indenização contra Quícoli. O presidente do BNDES tem dois filhos: um é professor da USP, e o outro, publicitário. Segundo o BNDES, nenhum trabalha com consultoria ou tem relação com o banco.
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A condenação por receptação, intimidação de testemunha e ameaça de morte não foi a primeira de Rubnei Quícoli. Em 2000, o avalista de graves denúncias da Folha foi julgado e condenado a quatro anos de prisão por posse de carro roubado e de dinheiro falso. A sentença informa que o réu apresenta “diversos apontamentos em sua folha de antecedentes”.
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Com tal ficha corrida, Rubnei pleiteava, segundo declarou à Folha e ao Globo (e eles acreditaram e publicaram), um financiamento de 9 bilhões (é bilhões mesmo, com b) no BNDES. (Só para lembrar aos repórteres que o entrevistaram o que significa o valor do financiamento supostamente pleiteado pelo senhor Rubnei Quícoli, a empresa Vale do Rio Doce foi vendida por 3,3 bilhões de reais. O senhor Rubnei estaria, com este currículo, pleiteando o financiamento de 3 Vales). Segundo Rubnei, o financiamento não saiu porque ele se recusou a pagar propinas.
Rubnei declarou a Folha, que publicou a declaração: “Não tenho conversa com bandido”.
A Folha deveria, quem sabe, seguir o conselho de sua fonte, este exemplo de honradez.
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Atualização em 18 de setembro:
A cara de pau da imprensa serrista não tem limite. Primeiro, entregam suas capas e suas manchetes a um meliante de extensa folha policial para que ele ataque o governo Lula, afirmando, sem qualquer comprovação, que alguém do governo teria pedido 5 milhões para a campanha de Dilma. No dia seguinte, quando todo o país já conhece detalhes das condenações do tal sujeito (receptação de carga roubada, intimidação de testemunha com ameaça de morte, posse de dinheiro falsificado e carro roubado, etc, etc), a imprensa serrista vem com essa: “Como é que um sujeito com esta ficha corrida é recebido para uma reunião com a secretária executiva do ministério?”
O repórter Tonico Ferreira informou (no Jornal das Dez, da Globonews, ontem, 17/09/10) que Rubnei Quícoli “é conhecido da justiça, foi levado sete vezes para delegacias. A primeira passagem, em 87, foi por receptação de produtos roubados. Em outra foi pego com dinheiro falso. A última detenção foi em 2005, por desobediência a ordem judicial. Condenado pela justiça, ficou 10 meses preso em dois presídios. Mesmo assim, foi recebido pela Casa Civil”.
Rubnei Quícoli, ouvido pela Globonews, ataca a própria reputação:
Rubnei: “A Casa Civil, sabendo que estava tratando comigo, direto, porque ela não checou a minha vida, antes de chegar num resultado desses? Por que eu chequei a vida de todo mundo lá.”
http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1619482-17665-313,00.html
Fica combinado o seguinte: qualquer funcionário público, antes de fazer qualquer reunião de 15 minutos com qualquer pessoa, mesmo uma reunião que não dê em absolutamente nada (nenhum financiamento foi concedido aos picaretas), deve pedir a ficha policial e o atestado de bons antecedentes de todos os participantes da reunião.
Já a imprensa pode entregar suas manchetes de capa a qualquer marginal que tenha algo a dizer contra o governo Lula.
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Não tenho nenhuma simpatia por José Dirceu, acho que sua saída do governo fez muito bem ao país e espero que ele não volte para lá, mas não acreditei na informação amplamente divulgada de que ele teria dito que há “excesso de liberdade de imprensa no Brasil”.
Manchete do Estadão:
Para Dirceu, imprensa tem ‘excesso de liberdade’
15 de setembro de 2010
Primeiro parágrafo da matéria:
Em palestra para sindicalistas do setor petroleiro da Bahia, na noite de anteontem, em Salvador, o ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado pelo PT José Dirceu criticou o que chamou de “excesso de liberdade” da imprensa. “O problema do Brasil é o monopólio das grandes mídias, o excesso de liberdade e do direito de expressão e da imprensa.
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,para-dirceu-imprensa-tem-excesso-de-liberdade,610220,0.htm
Manchete do blog do Josias, na Folha:
Dirceu: Brasil tem ‘excesso de liberdade’ de imprensa
Eu tinha razão, mais uma vez, em não acreditar na antiga imprensa, ele não disse isso, era mais uma mentira. Na verdade, disse exatamente o oposto disso.
Em seu discurso José Dirceu diz explicitamente que “não existe excesso de liberdade. Para quem viveu na ditadura, não existe excesso de liberdade. Na verdade há um abuso do poder de informar, o monopólio, e a negação do direito de resposta”.
A manipulação, por parte da antiga imprensa, desta declaração de José Dirceu é uma prova cristalina de que ele está certo ao apontar o abuso.
Ouça o áudio da fala de José Dirceu, publicado em “O Globo”:
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/audio/2010/19825/default.asp
Leia a transcrição da fala de José Dirceu, feita pelo próprio jornal O Globo:
“Nós somos um partido e uma candidatura que coloca em risco o que, o que eles estão batendo, todos articulistas da Globo escrevem e falam na TV, todos os analistas deles, todos os acadêmicos deles estão batendo o que: violação das garantias individuais e da constituição, que nós queremos censurar a imprensa, que o problema no Brasil é a liberdade de imprensa. Gente do céu. Bom, o problema do Brasil é excesso. É que não existe excesso de liberdade, pra quem já viveu em ditadura. (aplausos) O problema é o abuso do poder de informar, o monopólio e a negação do direito de resposta e do direito da imagem. Que está na Constituição igualzinho a liberdade, a Constituição não colocou o direito de resposta e de imagem, a honra, abaixo ou acima da proibição da censura e da censura prévia, corretamente, ou do direito de informação e da liberdade de imprensa, de expressão. São todas cláusulas pétreas. “
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Mais informações sobre o padrão jornalístico da Folha de S. Paulo no “caso Rubnei Quícoli”:
Site do Luis Nassif:
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/folha-a-mentira-na-primeira-pagina
Site do Azenha:
http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/folha-escancarou-ficha-falsa-de-dilma-mas-escondeu-a-do-consultor.html
Site Tijolaço (do Dep. Brizola Neto):
http://www.tijolaco.com/26528
Os processos que condenaram Rubnei Quícoli, autor das denúncias que viraram manchete de capa da Folha de S. Paulo, são públicos e podem ser consultados.
Por receptação, intimidação de testemunha e ameaça de morte:
No site do TJ-SP, bastando informar a comarca (Campinas) e o nome do réu, aqui:
Réu: Rubnei Quícoli
Comarca: Campinas
Nº do Processo: 114.01.2004.068543-3
Tribunal de Justiça de São Paulo
Fórum de Campinas
3ª. Vara Criminal
Sentença Condenatória em 27/07/2007
Por posse de carro roubado e dinheiro falso:
No Diário do Tribunal Regional Federal, aqui:
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Atualizado em 28/09/10:
Em depoimento à PF, Quícoli recua e nega ter dito que propina era para campanha de Dilma
Melhores momentos da entrevista de Rubnei Quicoli ao Globo:
-- Não tem nada que diz que foi pedido dinheiro para campanha para PT, para campanha da Dilma - disse Quícoli, que confrontado pelos repórteres, corrigiu: - Eu disse que o Marco Antonio pediu esse dinheiro para poder favorecer a Dilma, a Erenice, e uma parte na campanha. Eu não falei nada disso aí.
Mais adiante na entrevista coletiva, quando questionado se a então ministra Erenice sabia das transações que supostamente ocorreriam na Casa Civil, Quícoli voltou a afirmar:
-- Eu não sei. Nunca posicionei uma informação dessa. A única informação que eu coloquei foi que o Marco Antonio me pediu esse valor para poder acertar alguma coisa entre eles lá. Eu nunca disse que esse dinheiro era para PT, para a campanha da Dilma. Isso daí nunca foi relacionado. Essas perguntas muitas vezes relacionadas para favorecer uma parte ou outra não tem cabimento. Os documentos foram expostos para toda a mídia.
(…)
Na porta da PF, Quícoli e seu advogado confirmaram o vínculo com a Capital, mas o empresário voltou a dizer que não conheceu os irmãos Guerra:
-- Fiquei surpreso que o papel dele veio à tona agora, pela mídia agora. Não por mim. Eu não sabia quem era Israel, quem era Saulo.
Quícoli também admitiu já ter sido filiado ao partido tucano.
http://oglobo.globo.com/pais/eleicoes2010/mat/2010/09/28/em-depoimento-pf-quicoli-recua-nega-ter-dito-que-propina-era-para-campanha-de-dilma-922433137.asp
Em depoimento à PF, Quícoli recua e nega ter dito que propina era para campanha de Dilma
Folha de S. Paulo, 16 de setembro:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1609201009.htm
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ENTREVISTA RUBNEI QUÍCOLI
CONSULTOR CONFIRMA ENCONTRO COM ERENICE, DIZ QUE EMPRESA SE RECUSOU A PAGAR PROPINA E DESCREVE REUNIÃO COM ISRAEL
(…)
Rubnei Quícoli - Estive na Casa Civil junto com a Erenice, que era a secretária-executiva da Casa Civil. A Dilma não pôde me receber, estava com outros afazeres.
Folha - Em que momento o Israel apareceu?
Rubnei Quícoli - O que aconteceu depois? Isso foi informação do Marco Antônio. Ele falou que precisava de R$ 5 milhões para poder pagar a dívida lá que a mulher de ferro tinha. Que tinha que ser uma coisa por fora para apagar um incêndio.
Folha - Você esteve com o Israel?
Rubnei Quícoli - O encontro foi no escritório do Brasília Shopping. O Israel nunca pediu nada porque eu não dei chance. Eu não sabia que ele era filho da Erenice.
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O Globo, 28 de setembro de 2001:
… quando questionado se a então ministra Erenice sabia das transações que supostamente ocorreriam na Casa Civil, Quícoli voltou a afirmar:
-- Eu não sei. Nunca posicionei uma informação dessa. A única informação que eu coloquei foi que o Marco Antonio me pediu esse valor para poder acertar alguma coisa entre eles lá. Eu nunca disse que esse dinheiro era para PT, para a campanha da Dilma. Isso daí nunca foi relacionado.
Na porta da PF, Quícoli e seu advogado confirmaram o vínculo com a Capital, mas o empresário voltou a dizer que não conheceu os irmãos Guerra:
-- Fiquei surpreso que o papel dele veio à tona agora, pela mídia agora. Não por mim. Eu não sabia quem era Israel, quem era Saulo.