por Giba Assis Brasil
em 14 de maio de 2013
Recebi a tabelinha abaixo por e-mail. (Obrigado, Sérgio Muniz.) É uma comparação, a partir de alguns itens selecionados (e com pelo menos um comentário dispensável), entre os sistemas político-eleitoriais do Brasil (“capitalismo liberal”) e de Cuba (“transição socialista”). Li e reli. Li de novo.
Entrei em crise. O sistema cubano tem vantagens, é claro. Mas, se eu tiver que escolher, fico com o brasileiro. Sem dúvida.
E agora? Será que eu virei capitalista liberal? Será que eu estou levando em consideração outros itens, que não estão na tabela? Ou será que eu estou comparando os dois sistemas com um terceiro - o que havia no Brasil durante a minha infância e adolescência?
Vamos deixar assim, então: acho (acredito, suponho) que o sistema cubano é melhor para Cuba; mas tenho convicção de que o sistema brasileiro é melhor pro Brasil - com todos os seus defeitos, que podem e devem ser corrigidos, na medida da nossa democracia possível.
E o mais engraçado é que eu reli o parágrafo acima e achei tri-radical.
SISTEMA POLÍTICO E ELEITORAL NO BRASIL E EM CUBA
No capitalismo liberal do Brasil / Na transição socialista de Cuba
VOTO - Brasil: Obrigatório. / Cuba: Facultativo.
ELEGÍVEIS - Brasil: Apenas para filiados a partidos, deixando margem para cacicagens. / Cuba: Basta ser cubano e ter mais de 18 anos. A maioria dos congressistas não são militantes de partido político.
SALÁRIOS - Brasil: Entre verbas principais, 13º e 14º, ajudas de custo e outros subsídios, somam em média R$ 100.000 mensais. / Cuba: O mesmo salário que o eleito tinha antes de assumir o cargo. Se era sapateiro, recebe salário de sapateiro; se era professor, recebe salário de professor.
MANDATOS - Brasil: Quatro anos, com trâmites legais extensos para caso de possíveis impugnações. / Cuba: Pode ser destituído a qualquer momento pelo domicílio eleitoral que o elegeu.
APURAÇÃO - Brasil: Em sistema eletrônico, cujo acesso requer técnicos e especialistas da área. / Cuba: Manual, em locais abertos ao púlbico, acessível a cubanos e estrangeiros.
CANDIDATURAS - Brasil: Candidatos são autorizados pelos partidos políticos ou coligações do pleito. / Cuba: Candidatos são autorizados por voto direto de associações de moradores e organizações de trabalhadores.
CAMPANHAS - Brasil: Rádio, TV e outras mídias, obrigatória, melhor financiadas pelos grupos que possuem mais dinheiro. / Cuba: Cartazes de mesma área com o currículo do candidato colados em local aberto e tempos iguais de exposição de propostas feita pelo próprio candidato em praça pública.