Angelo anda sumido
(1997, 35 mm, 17 min, 1.66:1)
Dois velhos amigos se reencontram e combinam de jantar juntos, mas em seguida voltam a se perder no labirinto de grades, cercas e muros de uma grande cidade.
Créditos
Direção: Jorge Furtado
Produção Executiva: Nora Goulart e Luciana Tomasi
Roteiro: Rosângela Cortinhas e Jorge Furtado
Direção de Fotografia: Alex Sernambi
Direção de Arte: Fiapo Barth
Música: Leo Henkin
Direção de Produção: Leandro Klee
Montagem: Giba Assis Brasil
Assistente de Direção: Amabile Rocha
Uma Produção da Casa de Cinema PoA
Elenco Principal:
Sérgio Lulkin (José)
Antônio Carlos Falcão (Ângelo)
Carlos Cunha Filho (vigia na guarita)
Prêmios
- 4º Prêmio Iecine (Governo do Estado/RS), 1995:
Apoio à Produção. - 25º Festival de Gramado, Cinema Latino e Brasileiro, 1997:
Melhor direção de arte, Prêmio especial para curta gaúcho. - 4º Vitória Cine Vídeo, 1997:
Melhor direção de arte. - 7ª Mostra Curta Cinema, 1997:
Prêmio Aquisição Multishow. - 5º Festival de Cinema de Cuiabá, 1998:
Melhor roteiro. - 5º Cine Ceará, Fortaleza, 1998:
Prêmio Samburá (Melhor Filme segundo a Federação de Cineclubes), Melhor Montagem, Melhor Trilha Sonora. - 16° Festival Cinematográfico Internacional del Uruguay, Montevideo, 1998:
Menção especial.
Crítica
“Furtado retorna com ANGELO ANDA SUMIDO, estudo sobre a paranóia urbana. O filme chega a incomodar pelo realismo com que mostra as pessoas irremediavelmente separadas por grades. Belo trabalho.”
(Luiz Zanin Oricchio, O Estado de São Paulo, 24/07/1997)
“Dirigido pelo festejado Jorge Furtado, ANGELO ANDA SUMIDO começa muito bem mas tem desfecho brusco e pouco impactante, o que é um pecado mortal para um curta-metragem. (…) É claro que não faltam momentos de brilhantismo, como os ótimos diálogos criados por Furtado e a ótima montagem de Giba Assis Brasil. Ainda assim, trata-se de um Furtado menor.”
(Paulo Camargo, Gazeta do Povo, Curitiba, 11/08/1997)
“ANGELO ANDA SUMIDO é uma bem humorada crônica urbana de tintas kafkianas sobre a odisséia de um rapaz que sai de casa para jantar com um amigo (o Angelo do título) e se vê às voltas com a selva de grades que se tornou a cidade. O filme despertou reações entusiasmadas da platéia durante a projeção e um aplauso morno ao final. Para o diretor, isso aconteceu porque o final é deliberadamente anticlimático: ‘O filme não acaba, ele se fina’. É verdade. O interesse do público é atraído para uma coisa (o que houve com Angelo?) que o filme não mostra, para realçar o individualismo do protagonista. Opção corajosa de um filme que descreve um mundo em que, segundo as palavras do diretor, ‘o indivíduo, quando enfrenta o espaço público, quer ter o menor contato possível como outro’.”
José Geraldo Couto, Folha de São Paulo, 11/08/1997)
“É curiosa a trajetória do cineasta gaúcho Jorge Furtado. Depois de projetar-se internacionalmente com o curta ensaístico ILHA DAS FLORES (1989), deixou que outros repetissem sua fórmula à exaustão e partiu para outra coisa: a experimentação de novas estruturas narrativas. Em ANGELO ANDA SUMIDO (…) há uma tensão surda entre o que entra no filme como se fosse por acaso - o lixo na rua, os mendigos, a conversa disparatada de porteiros e taxistas, a deterioração urbana - e a trajetória individualista e banal do protagonista, que só pretende comer e voltar para a sua casa. (…) ‘O outro’ (seja ele o porteiro, os mendigos, o taxista, o vigia, e até mesmo o seu amigo Ângelo) é apenas um empecilho do qual o protagonista precisa se livrar. Se extrai toda a sua força desse confronto entre o casulo individual e a realidade hostil do espaço outrora público, Jorge Furtado investe numa opção ousada e quase suicida de final: a ausência de desfecho como demonstração do teorema de que ‘o outro’ só estorva o protagonista. A odisséia urbana termina quando este come um prosaico cachorro-quente.”
(José Geraldo Couto, Folha de São Paulo, 22/08/1997)
“Depois de tantos curtas ‘comédia da vida privada’, o público cearense pôde ver uma obra do verdadeiro criador da linguagem, o não presente cineasta Jorge Furtado. ANGELO ANDA SUMIDO foi, como não poderia deixar de ser, bem recebido pelo público. É, de fato, melhor do que as imitações.”
(Renata Gomes, O Povo, Fortaleza, 02/06/1998)
Tema musical
“Baladas”, Nei Lisboa