Três efes
(2007, SD, 100 min, 1.33:1)
DIREITOS ATUAIS: Prana Filmes
Sissi é uma jovem universitária que sustenta, com bastante dificuldade, o pai viúvo e o irmão pequeno. Ela volta e meia recorre aos conselhos de sua tia Martina, uma dona-de-casa entediada que enfrenta uma crise no casamento e está atraída por William, um catador de papel. Rogério, marido de Martina, enfrenta problemas no trabalho, já que sua última campanha publicitária foi um fracasso e agora ele corre o risco de ser demitido.
Créditos
Direção: Carlos Gerbase
Produção: Carlos Gerbase
Roteiro: Carlos Gerbase
Direção de Fotografia: João Divino
Direção de Arte: Paula Piussi
Música: Laura L e Músicas Intermináveis para Viagem
Direção de Produção: Diego Sardão, Glauco Firpo e Pedro Guindani
Montagem: Giba Assis Brasil
Uma Produção da Casa de Cinema PoA
Co-produção: Vortex
Regra Três
Low Filmes
Kiko Ferraz Studios
e Maria Cultura
Elenco Principal:
Cristina Kessler (Sissi)
Carla Cassapo (Martina)
Leonardo Machado (Rogério)
Felipe de Paula (Betinho)
Paulo Rodriguez (William)
Ana Maria Mainieri (Giane)
Prêmios
- Melhor filme no 2º Festival de Cinema da Floresta, Mato Grosso, 2008
Críticas
“Carlos Gerbase está fazendo história. Esteticamente, ele também dá um salto de qualidade. (…) Sua trama mistura vários personagens em histórias de sexo e comida que se passam em Porto Alegre. Comer, beber, viver. (…) O barato é que 3 EFES, rodado em 20 dias com uma mini-DV, faz dessa simplicidade a sua arma para tentar ganhar o público. (…) Nada contra a ambição (autoral, intelectual, profissional). Mas, no caso dos longas da Casa de Cinema, quanto mais simples tem sido melhor.”
(Luiz Carlos Merten, O ESTADO DE SÃO PAULO, 07/12/2007)
“Com uma abertura que lembra o curta-metragem ILHA DAS FLORES (1989), de Jorge Furtado, 3 EFES narra histórias paralelas que convergem para explicar a tese de um personagem fictício sobre os ‘grandes apetites da humanidade’: fome, sexo e fasma (representação da relidade). (…) O tom de farsa, no entanto, funciona como espécie de antídoto para as fragilidades da história. Mais significativo que o próprio filme é o caminho alternativo para o qual aponta com o seu lançamento.”
(Sérgio Rizzo, FOLHA DE SÃO PAULO, 07/12/2007)
“A experiência é única, as chances de assisti-la são muitas. Hoje, o cineasta porto-alegrense Carlos Gerbase apresenta ao público 3 EFES, seu quinto longa-metragem, de uma forma inovadora no Brasil e, pelo que se sabe, no mundo. E esse público é quem escolhe como e onde assistir, e até se paga ou não pelo programa. (…) O longa realça uma marca autoral que Gerbase traz desde seus tempos de super-8: personagens que se enredam em dramas e situações inusitadas para saciar desejos e fantasias sexuais. Em 3 EFES, o diretor acrescenta ao enredo de uma comédia dramática outras duas necessidades básicas do ser humano: fome e fasma (palavra grega para simulacro) - o filme justifica a origem dessa peculiar teoria.”
(Marcelo Perrone, ZERO HORA, Porto Alegre, 07/12/2007)
“A história é bem contemporânea e retrata o cotidiano de personagens urbanos e suas dificuldades. (…) Mundo urbano, cruel e competitivo, com vidas bailando em torno de sexo e do dinheiro como costuma ser nas grandes cidades. Uma história interessante, divertida, com personagens bem desenhados, e com os quais o público jovem talvez possa se identificar.”
(Luis Zanin, Blog, ESTADÃO, São Paulo, 07/12/2007)
“Tudo vai caminhando num ritmo interessante, com muitas citações aos gaúchos, como o Parque da Redenção e o Estádio Olímpico, o que ao mesmo tempo incrementa a produção mas também a regionaliza. (…) Depois de uma certa tensão entre os personagens, vêm toques de humor que encerram os dilemas colocados na tela de uma maneira quase surreal. Júlio Andrade, por exemplo, numa pequena ponta como policial, tem 2 ou 3 falas, mas diz a que veio. Ana Maria Mainieri, de HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES e TOLERÂNCIA, se sobressai.”
(Renato Martins, blog, 07/12/2007)
“O começo de 3 EFES até parece saído da cabeça de Jorge Furtado. Um professor universitário inventa uma teoria: a maior necessidade dos seres humanos, basicamente, se resume em 3 palavras que começam com a letra F: fome, sexo e fasma. (…) Para esmiuçar essa teoria, o filme se vale de um grupo de personagens, que estão sempre relacionando os 3 efes. (… ) O F final relaciona todos os personagens numa rede de encontros e desencontros até chegar numa cena climática. É interessante ver a forma como Gerbase articula diversos personagens sempre em busca de satisfazer seu apetite (de comida e sexo), e os problemas que isso traz para as suas vidas.”
(Alysson Oliveira, CINELOG, 07/12/2007)
“Gerbase aborda temas sérios, delicados. Mas dá a eles um tratamento leve, despretensioso, amoral - incluindo aí as discussões que faz acerca da prostituição e da traição no casamento. (…) A energia juvenil que brota de 3 EFES lembra a de HOUVE UMA VEZ DOIS VERÕES. Ela só existe devido a esse tratamento descontraído de assuntos espinhosos - similar á visão adolescente desses assuntos. Ela é o encanto do filme.”
(Daniel Feix, ZERO HORA, Porto Alegre, 13/12/2007)
“O começo lembra até o curta ILHA DAS FLORES, mas depois segue em ritmo ‘normal’ para contar pequenas histórias rodeadas por três elementos centrais: fome, sexo e signo (aqui, algo como representação do real). (…) Narrativas simples, infelizmente pouco levadas às telonas, sobre pequenos dramas reais. 3 EFES e a Casa de Cinema de Porto Alegre inovam na contramão de boa parte da produção do eixo Rio-São Paulo.”
(Catarina Scortecci, FOLHA DE LONDRINA, 13/12/2007)
“Ao falar das necessidades básicas do ser humano, a partir de uma tese de Aníbal Damasceno Ferreira, que aparece na tela como o Professor Valadares, o cineasta olha para um processo que tende a deformá-las, transformando-as em alvos difíceis de serem alcançados. Para alcançar o equilíbrio, muito terá de ser abandonado para evitar a queda. O preço a ser pago é revelador. E, ao optar pela leveza e o humor, o realizador conclui seu filme com um achado que tudo resume e permite que a narrativa se conclua de forma tão apropriada quanto divertida.”
(Hélio Nascimento, JORNAL DO COMÉRCIO, Porto Alegre, 14/12/2007)
Tema musical
“Tecno andina”, por Laura L e Músicas Intermináveis para Viagem