Barbosa
(1988, 35 mm, 13 min, 1.33:1)
Trinta e oito anos depois da Copa do Mundo de 1950, um homem volta no tempo a fim de impedir o gol que derrotou o Brasil, destruiu seus sonhos de infância e acabou com a carreira do goleiro Barbosa.
Créditos
Direção: Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo
Roteiro: Jorge Furtado, Ana Luiza Azevedo e Giba Assis Brasil
Direção de Fotografia: Sérgio Amon
Direção de Arte: Fiapo Barth
Música: Geraldo Flach
Direção de Produção: Nora Goulart e Gisele Hiltl
Montagem: Giba Assis Brasil
Assistente de Direção: Betty Perrenoud
Uma Produção da Casa de Cinema PoA
Elenco Principal:
Antônio Fagundes (o viajante)
Pedro Santos (o cúmplice)
Zé Vitor Castiel (o porteiro)
Ariel Nehring (o menino)
Abel Borba (o pai)
Música:
“O Silêncio e a culpa”, de Geraldo Flach
Prêmios
- 16º Festival do Cinema Brasileiro, Gramado, 1988:
Melhor Montagem de Curta Nacional, Melhor Roteiro de Curta Gaúcho e Melhor Direção de Curta Gaúcho. - 21º Festival do Cinema Brasileiro, Brasília, 1988:
Melhor Roteiro. - 11ª Jornada de Cinema e Video do Maranhão, São Luis, 1988:
Melhor Argumento, Melhor Roteiro, Melhor Montagem e Destaque do Júri. - 10º Festival do Novo Cinema Latino americano, Havana, 1988:
Melhor Curta metragem de ficção. - Exibido na mostra “Os 10 Melhores curtas brasileiros da década de 80”, no Cineclube Estação Botafogo, Rio de Janeiro, 1990.
Crítica
“BARBOSA, apoiado na ‘iluminada’ fotografia de Sérgio Amon, tem um argumento fantástico. A direção de arte de Fiapo Barth traz o Rio de Janeiro de 1950 para a Porto Alegre de 1988 e convence. Um desafio vencido pela equipe, pelos diretores. A vontade de mudar o curso da História está ali. O Brasil seria diferente com uma vitória da seleção na Copa do Mundo de 50?”
(Glênio Póvoas, DIÁRIO DO SUL, Porto Alegre, 26/06/88)
“Artes do movimento e dos heróis, solitárias e rituais ao mesmo tempo, cinema e futebol jamais se encontraram numa dimensão tão plena quanto em GARRINCHA ALEGRIA DO POVO e em BARBOSA. (…) Capaz de transportar o espectador ao coração daquela angústia, atualizar em emoção uma derrota de há 40 anos, BARBOSA é tão obra de seu tempo quanto o GARRINCHA de Joaquim Pedro. BARBOSA nasce da falência do utópico (o narrador/personagem diz ‘aquela derrota era o prenúncio de que nada daria certo neste país’). Feito num momento do Brasil em que nem mesmo o futebol dá certo (…), o curta gaúcho sintomaticamente resgata um nó de nossa História que pode muito bem ter sido nosso único momento enquanto nação.”
(David França Mendes, TABU, Rio de Janeiro, setembro/88)
“BARBOSA já nasce clássico. A partir do livro ANATOMIA DE UMA DERROTA, em que Paulo Perdigão se purgava da derrota brasileira na Copa de 50, eles desenvolveram uma trama de arrepiar. E se um adulto, torturado desde a infância pelo fracasso que testemunhara no Maracanã, conseguisse voltar ao passado para impedir o fatídico gol de Ghiggia? O desfecho desta catártica ilusão é no mínimo perturbador.”
(Amir Labaki, FOLHA DE SÃO PAULO, 19/09/88)
“A histórica cena em preto e branco mostra o goleiro brasileiro Barbosa levantando desolado após o que os comentaristas esportivos consideraram frango. Tragédia. (…) O momento fatal e suas consequências na cabeça do goleiro é o grande tema, transformado num curta emocionante. (…) A surpreendente fotografia marca o compasso do coração, em preto e branco e a cores. Um curta consistente e transparente. Uma pequena obra-prima.”
(Rubens Araújo, JORNAL DE BRASÍLIA, 28/10/88)
“Um dos curtas brasileiros mais comunicativos e originais dos últimos tempos. É um filme onde tudo funciona à perfeição, do roteiro ao elenco. Sem esquecer da montagem impecável, da surpreendente utilização do vídeo e da integração entre ficção e documentário.”
(Sérgio Bazi, CORREIO BRASILIENSE, Brasília, 28/10/88)
“The historic upset that was the 1950 World Cup Final between Brazil and Uruguay is the focal point of one of science fiction’s most obsessed time travelers in Jorge Furtado and Ana Luíza Azevedo’s short. A devastating loss for the Brazilians - the game was the inaugural event in Rio de Janeiro’s Maracanã Stadium, itself a purpose-built symbol of national pride - it was also a personal turning point for the film’s narrator, an 11-year-old in the crowd who felt his own hopeful future slip away with his team’s loss. Leaving aside completely the wonder of his time machine, he yearns to set things right only to discover that regret - personal and national - can sometimes form an infernal loop.”
(Paul Malcolm, UCLA Library, “Science fiction against the margins”, 18/10/2024)
Tema musical
“O Silêncio e a culpa”, de Geraldo Flach