Dona Cristina perdeu a memória
(2002, 35 mm, 13 min, 1.85:1)
Antônio, um menino de 8 anos, descobre que sua vizinha Cristina, de 80, conta histórias sempre diferentes sobre a sua vida, os nomes de seus parentes e os santos do dia. E Dona Cristina acredita que Antônio pode ajudá-la a recuperar a memória perdida.
Créditos
Direção: Ana Luiza Azevedo
Produção Executiva: Nora Goulart e Luciana Tomasi
Roteiro: Ana Luiza Azevedo, Jorge Furtado e Rosângela Cortinhas
Direção de Fotografia: Alex Sernambi
Direção de Arte: Fiapo Barth
Música: Gustavo Finkler
Montagem: Giba Assis Brasil
Uma Produção da Casa de Cinema PoA
Elenco Principal:
Lissy Brock (Dona Cristina)
Pedro Tergolina (Antônio)
Prêmios
- 8º Prêmio Iecine (Governo do Estado/RS), 2000:
Apoio à Produção. - 30º Festival de Gramado, 2002:
Melhor Direção de Curta; Melhor Direção de Arte de Curta. - 13º Festival Internacional de Curtas de São Paulo, 2002:
Destaque do Júri Popular (entre os 10 filmes mais votados), Prêmio Aquisição Canal Brasil - 35º Festival do Cinema Brasileiro de Brasília, 2002:
Melhor Curta (Prêmio da Crítica), Prêmio ANDI Cinema pela Infância. - 3º Fluxus, Festival Internacional de Cinema na Internet, 2002:
Melhor E-cinema (ficção, experimental, vídeo-arte). - 3° Prêmio APTC, 2002:
Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro. - 7º Cine PE - Festival do Audiovisual, Recife, 2003:
Melhor Filme, Melhor Direção, Prêmio ABD. - 12º Divercine - Festival Internacional de Cine para Niños, Montevideo, Uruguay, 2003:
Melhor Curta de Ficção, Prêmio OCIC. - 2° Festival de Cinema e Vídeo de Campo Grande:
Melhor Curta-metragem (prêmio do júri popular).
Críticas
“Outro tesouro recente do curta-metragem brasileiro. Uma delícia de concisão e de lirismo. A atriz Lissy Brock é deslumbrante e minimalista em sua terna amnésia. Ana Luiza reinventa Humberto Mauro com o sotaque dos pampas. Um filme sem medo de ser feliz. A velha a fiar na terra do azulão: cachoeira.”
(Carlos Reichenbach, revista virtual CINECLICK, 04/07/2002)
“Os encontros de dois vizinhos, um menino de oito anos e uma senhora de oitenta, rende momentos de extrema poesia. (…) A direção de atores é excelente. Os novatos Pedro Tergolina e Lissy Brock estão muito bem, e o filme dependia 99% de suas atuações. Há passagens de um simbolismo forte, que pode render várias interpretações: o construir e desconstruir da cerca, as voltas em círculo da bicicleta, os encontros e a memória em círculos, o patinho na passagem do tempo, os objetos guardados…”
(Paulo Ricardo Kralik Angelini, revista virtual ARGUMENTO, 14/08/2002)
“Uma velha desmemoriada e um garoto. Ambos sem um passado que os aprisione, vivem sem preconceitos uma amizade inteiramente pura que entre adultos seria impossível. O filme agrupa duas visões de mundo semelhantes na essência e que quase nunca têm a chance de serem ouvidas.”
(Luara Gonçalves, CINEWEB, 15/08/2002)
“DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA, que brinca com o ciclo do tempo utilizando um brinquedo de criança (um patinho de madeira) em movimento, agradou ao ilustrar a ambição estética e o tom jovial que sempre fez do Rio Grande do Sul um dos maiores pólos do formato curta no Brasil. No roteiro que escreveu com o cineasta conterrâneo Jorge Furtado, Ana Luiza discute a questão do esquecimento de uma idosa por intermédio de uma relação dela com um menino de oito anos. A sensibilidade fez de seu filme o mais aplaudido de sua categoria até agora.”
(JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 16/08/2002)
“O cinema gaúcho, sempre muito bem representado na competição de curtas-metragens, mostrou mais uma vez a que veio com DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA. Ana Luiza Azevedo, um dos nomes da famosa Casa de Cinema, mostra o nascimento da amizade entre um garoto de 8 anos e sua vizinha, uma senhora de 80. Internada no asilo que fica ao lado da casa do menino, a velhinha tem problemas de memória e conta histórias diferentes sobre sua vida sempre que encontra o menino. (…) O filme tem uma mágica irresistível.”
(Alessandro Giannini, Revista SET, 16/08/2002)
“Gramado sempre tem boas revelações. Duas mulheres esbanjaram talento na direção de curtas: DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA, de Ana Luiza Azevedo (Casa de Cinema de Porto Alegre), e ‘Como se Morre no Cinema’, de Luelane Loiola Corrêa, foram as melhores. Ana Luiza Azevedo concentrou em 13 minutos a questão afetiva da memória, da infância e da velhice, aproximando-se com muita ternura e emoção do universo cinematográfico do mestre espanhol Victor Erice.”
(Leon Cakoff, JORNAL DA MOSTRA N° 129, 20/08/2002)
“Por falar em curtas, vi o de Ana Luiza Azevedo e sugiro: assim que souberem onde e quando (…), dêem um jeito de ver DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA. Vocês verão que pode até ser possível que o mundo realmente tenha sido feito em sete dias. O que coube naquele curta pode demorar a vida inteira e nem por isso acontecer.”
(Clô Barcellos, COLETIVA.NET, 11/11/2002)
“DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA apresenta sensibilidade na relação de uma criança (Pedro Tergolina) e uma senhora (Lissy Brock) sem memória. Bonito e tocante, a história mostra o quanto pode ser importante para alguém uma pequena amizade.”
(Alessandra Bastos, BRASIL AGORA, Brasília, 22/11/2002)
“DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA, de Ana Luíza Azevedo, ganhou a simpatia do público, com sua reflexão amorosa sobre a infância e a terceira idade. Ao contrário de outros curtas, neste o coração leva a melhor sobre a razão. Com vantagens para o filme.”
(Luiz Zanin Oricchio, O ESTADO DE SÃO PAULO, 24/11/2002)
“DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA é um curta arrebatador sobre o encontro entre um garoto de oito anos e uma adorável velhinha desmiolada. A amizade entre eles - separados por uma precária cerca de madeira - vai ajudá-la a recuperar a memória de sua vida. A diretora gaúcha Ana Luiza Azevedo trata os personagens com ternura comovente e extrema delicadeza. Grande curta, ainda melhor que Três Minutos, seu filme anterior, vencedor em Brasília.”
(Sérgio Bazi, revista virtual CANDANGO, 24/11/2002)
“Dona Cristina Perdeu a Memória é uma pequena jóia de Ana Luiza Azevedo, com fotografia de Alex Senambi, sobre idosa que se relaciona com a vida por meio de um garoto que brinca. Ana Luiza é a diretora do ótimo Três Minutos; repete aqui seu talento para a concisão narrativa e a capacidade de observação, acrescidas da habilidade como diretora de elenco. Algo se passa quando o sorriso de velha de Lissy Brock ilumina a tela.”
(Luiz Carlos Merten, revista virtual SAMBACINE, 14/04/2003)
“DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA é uma pequena preciosidade, com roteiro e direção impecáveis, pela sutileza no contraponto entre a infância e a velhice, pela delicadeza com que trata a perda da memória, pelo domínio de recursos de linguagem como a repetição. É quase uma releitura de A Velha a Fiar, com a mesma ética, com o mesmo respeito aos personagens, a paciência e a generosidade ao olhar para o passado.”
(Daniel Feix, revista virtual BIG FUN, 27/04/2003)
“Não foi surpresa o curta DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA, de Ana Luiza Azevedo, mais do que um exercício de estilo da talentosa diretora de ‘Três Minutos’. A história da interação entre o garoto e a velha desmemoriada pauta-se pelo rigor cênico, que não impede a poesia de aflorar.”
(Luiz Carlos Merten, O ESTADO DE SÃO PAULO, 01/05/2003)
“DONA CRISTINA PERDEU A MEMÓRIA é um curta belo, comovente e que merece ser visto. (…) Contando com uma trilha sonora cativante, o curta dirigido pela gaúcha Ana Luíza Azevedo é mergulhado em um reconfortante tom lúdico e traz o jovem ator Pedro Tergolina e a veterana Lissy Brock em uma interação dinâmica e repleta de química. Engraçado e tocante, o filme ainda é enriquecido pelo inteligente simbolismo referente à bagagem emocional e à experiência de Dona Cristina, que finalmente conferem `lastro` para que Antônio possa vencer seus próprios obstáculos.”
(Pablo Villaça, revista virtual CINEMA EM CENA, 29/09/2003)
Tema musical
“Tema de encerramento”, por Gustavo Finkler