Felicidade é...

(1995, 35 mm, 72 min, 1.66:1)

Foto por Alex Sernambi: Pedro Cardoso e Débora Bloch

Quatro visões da felicidade. SONHO: Um escritor em crise recebe inesperada ajuda de sua mulher, mas só quando ela dorme. BOLO: Um casal se xinga e se ofende enquanto ela prepara o bolo para comemorar suas Bodas de Ouro. CRUZ: Um homem bem casado, respeitável e com um neto se reencontra com uma ex-namorada de 50 anos atrás. ESTRADA: Dois casais em busca de um tranqüilo fim de semana na serra cruzam com um caminhoneiro mal-humorado e sem freio.

Créditos

Direção: José Pedro Goulart (“Sonho”), José Roberto Torero (“Bolo”), Cecílio Neto (“Cruz”) e Jorge Furtado (“Estrada”)

Produção Executiva: Annette Bittencourt e Everson Colossi Nunes (“Sonho”), Zita Carvalhosa (“Bolo”), Cecílio Neto (“Cruz”), Nora Goulart e Luciana Tomasi (“Estrada”)
Roteiro: José Pedro Goulart (“Sonho”), José Roberto Torero (“Bolo”), Cecílio Neto (“Cruz”) e Jorge Furtado (“Estrada”)
Direção de Fotografia: Joel Lopes (“Sonho” e “Cruz”), Kátia Coelho (“Bolo”), Alex Sernambi (“Estrada”)
Direção de Arte: Fiapo Barth e Fernando Leonetti (“Sonho”), Billy Castilho (“Bolo”), Fiapo Barth (“Estrada”)
Música: Leo Henkin (“Sonho” e “Estrada”)
Montagem: Luis Alberto Kley (“Sonho”), Paulo Sacramento (“Bolo”), Cristina Amaral (“Cruz”), Giba Assis Brasil (“Estrada”)

Uma Produção
Zeppelin Filme e Vídeo (“Sonho”)
Super Filmes (“Bolo”)
CN Cine (“Cruz”)
Casa de Cinema PoA (“Estrada”)

Elenco Principal:
Cassiano Ricardo (“Sonho”)
Denise Fraga (“Sonho”)
Jofre Soares (“Bolo”)
Vanda Lacerda (“Bolo”)
Paulo Autran (“Cruz”)
Assunta Perez (“Cruz”)
Pedro Cardoso (“Estrada”)
Débora Bloch (“Estrada”)

Sinopses dos episódios

SONHO

Quando todo mundo se volta contra você. Quando tudo parece dar errado e nada do que você faz funciona. Quando você sente que algo está se perdendo e não consegue reagir. É bom que você tenha alguém que lhe ajude.

BOLO

Um casal fazendo bodas de ouro. Ela prepara o bolo, ele molda um pedaço de madeira. Os dois se xingam e se ofendem. Felicidade pode ser apenas você ter alguém a quem humilhar. Felicidade pode ser apenas você não estar sozinho.

CRUZ

A vida foi boa para Paulo. A sua fé, católica, ajudou-o a sobrepujar as adversidades e permitiu-lhe construir uma linda família, uma posição social respeitável e uma vida confortável. Porém, algo aconteceu na vida de Paulo 50 anos atrás. Hoje é domingo, dia da missa. Antes da hora da missa ele vai se defrontar com este fantasma de 50 anos atrás. Ele vai ter que decidir entre a fé e a razão.

ESTRADA

Manhã de domingo. A água morna de uma banheira que lentamente envolve o corpo da mulher amada. Sexo. Velhos amigos. Novos amores. Jogar conversa fora. Café com leite e um pãozinho quente com manteiga. Férias remuneradas. Pequenos prazeres. Uma casa na serra. Pitangas. Uma estrada asfaltada. Sol nos plátanos. Trabalho. E muitos planos. Você acredita no Destino?

Prêmios
  • 23º Festival de Gramado, Cinema Latino, 1995:
    Melhor Filme (Júri Popular), Melhor Filme Brasileiro
  • 3º Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá, 1995:
    Melhor Filme (Júri Popular)
  • 28º Festival do Cinema Brasileiro de Brasília, 1995:
    Melhor Filme (Júri Popular), Melhor Atriz (Denise Fraga, no episódio SONHO)
Crítica

“Valeu a ousadia: o longa-metragem de episódios FELICIDADE É levou dois dos três kikitos mais importantes e sagrou-se o principal vencedor do 23º Festival de Gramado. A produção cooperativada e autoral provou a maturidade dos realizadores, que estiveram na vanguarda do curta-metragem nacional. O sucesso de estima de ontem provou-se capaz de conquistar o público hoje.”
(Amir Labaki, FOLHA DE SÃO PAULO, 21/08/95)

“Quatro dos mais premiados curta-metragistas do país se reúnem para fazer um longa-metragem de episódios. (…) Tudo somado, “A Felicidade É…” não deixa de ser um bom filme, com alguns momentos inspirados, como o genial desfecho do sonho maluco do primeiro episódio, ou os hilários planos de Pedro Cardoso para suas férias no campo (“Quero ficar deprimido uma hora, mais ou menos”). Além disso, é sempre um prazer ver em cena, bem dirigidos, atores como Jofre Soares e Paulo Autran. Mas a felicidade é mais que isso.”
(José Geraldo Couto, Folha de São Paulo, 15/09/1995)

“Com quatro idéias na cabeça, uma câmara na mão e um orçamento enxuto, um quarteto de cineastas enfim conseguiu realizar o sonho dourado do cinema brasileiro: fazer um longa-metragem. (…) De longe, o melhor episódio é Estrada, roteirizado e dirigido por Jorge Furtado. Para a tela grande, Furtado recriou o charme e a frivolidade de dois jovens casais de classe média alta brasileira que planejam seus passatempos para um final de semana campestre. Enquanto isso, em rota de colisão com eles, trafega um caminhoneiro feio, sujo, malvado, carregando sucata e xingando palavrões. No cruzamento fugaz de destinos tão díspares, Furtado condiciona a felicidade à sorte. Acaba fazendo um belo curta”.
(Revista Veja, 20/09/1995)

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