O jornal O GLOBO publicou na última segunda-feira, dia 20, matéria sobre “Doce de Mãe” - série em 14 capítulos dirigida por Jorge Furtado e Ana Luiza Azevedo. A co-produção Casa de Cinema e TV Globo estreia no próximo dia 30 de janeiro, depois do BBB. Confira:
‘Doce de mãe’ é diferente do que vemos hoje na TV, diz Jorge Furtado
RIO - A equipe de “Doce de mãe” estava comemorando o fim da primeira etapa de gravações da série, em novembro, em Porto Alegre, quando ficou sabendo que Fernanda Montenegro, estrela do especial da Globo que deu origem ao programa, havia sido eleita melhor atriz na cerimônia do Emmy Internacional, em Nova York, por sua interpretação de Dona Picucha. A vitória da brasileira em um prêmio considerado o Oscar da TV mundial deu um novo tom à tradicional confraternização entre artistas e técnicos ao término de uma tarefa.
-- A gente estava feliz da vida celebrando o último dia de trabalho, dançado ao som de uma música do Tom Zé, quando nos ligaram avisando. Aí, virou um carnaval - lembra Jorge Furtado, coautor e codiretor, com Ana Luiza Azevedo, da Casa de Cinema de Porto Alegre, do seriado que estreia no dia 30, logo depois do “BBB 14”. - Em função do Emmy e do sucesso da reprise do especial, na “Sessão da Tarde”, no início de dezembro, com 18 pontos de audiência, resolvemos adiantar a estreia da série, originalmente marcada para abril. Sentimos que tínhamos um produto muito popular nas mãos.
“Intérprete ideal”
Concebido em formato de um telefilme de 70 minutos, “Doce de mãe” foi ao ar em dezembro de 2012, como parte da programação de fim de ano da Globo. O especial é centrado nas vicissitudes do cotidiano de Dona Picucha, uma viúva de 85 anos que gosta de escutar música e cozinhar, mas que precisa espalhar lembretes pela casa onde mora para não esquecer suas tarefas. A personagem, que tem quatro filhos, interpretados por Marco Ricca (Sílvio), Louise Cardoso (Elaine), Matheus Nachtergaele (Fernando) e Mariana Lima (Susana), fora criada especialmente para Fernanda.
-- A Ana (Luiza Azevedo) já há algum tempo queria fazer uma história sobre uma senhora em seus 70 anos que havia perdido o marido, e cujos filhos não queriam que ficasse sozinha em casa. Ela colecionava um monte de histórias ouvidas da mãe, das tias e avós, e tinha a Fernanda como a intérprete ideal. Apresentamos a ideia à Fernanda e ela adorou - conta o diretor gaúcho, conhecido por trabalhos em cinema (“Saneamento básico”) e TV (“Decamerão, a comédia dos sexos”). - Sabíamos que o material tinha potencial para virar série, só dependeria da recepção que ele teria. Porque “Doce de mãe” é muito diferente do que costumamos ver na televisão atualmente, não tem sexo ou violência, é uma história bem família.
A trama do telefilme tomava como ponto de partida a reviravolta gerada por Zaida (Mirna Spritzer), empregada e amiga de Dona Picucha, quando decide se casar e sair da casa da patroa, para quem trabalhara por 27 anos. Conscientes de que a mãe não tem condições de viver sozinha, cada um de seus filhos surge com uma solução para o caso da matriarca que, espertamente, consegue driblar todas elas. A série, concebida em 14 episódios, retoma a problemática da saída da empregada.
-- Dona Picucha ficou sozinha e, quando a série começa, ela tenta fazer com que a situação permaneça assim. Mas aí aparece um sujeito na porta dela, dizendo-se advogado e oferecendo um terreno supostamente deixado pelo marido morto, bastando apenas que ela assine alguns documentos e entregue informações bancárias. Os filhos, é claro, chegam à conclusão que a mãe não pode viver sozinha. Enquanto esse imbróglio se desenha, surge Rosalinda, uma mulher que se aproxima de Sílvio (Ricca), interpretada por Drica Moraes, mas que deixa Dona Picucha com uma pulga atrás da orelha - adianta Furtado, cauteloso para não estragar a surpresa.
Drica é uma das novas aquisições do elenco do seriado, que ganhará muitas participações especiais ao longo da temporada. Para os primeiros capítulos já estão programados contribuições de Francisco Cuoco, Otávio Augusto, Emiliano Queiroz e Lázaro Ramos, entre outros.
-- Todo mundo se interessa pelo projeto, especialmente pela oportunidade de trabalhar com a Fernanda. Parece que os atores crescem diante dela, porque querem fazer bonito - confidencia o diretor, que ainda não tem certeza se “Doce de mãe” terá uma segunda temporada. - Isso depende de tantas coisas… Da repercussão, da audiência, e também da possibilidade de manter esse elenco junto por tanto tempo. Na época do “Decamerão”, por exemplo, só consegui segurar o elenco naquela oportunidade, que gerou três episódios.