Cinema gaúcho perde Antônio Carlos Textor, aos 91 anos

Antônio Carlos Textor, um dos pioneiros do cinema urbano gaúcho, morreu em Porto Alegre nessa terça-feira, 12 de dezembro, aos 91 anos.

O saite da Cinemateca Paulo Amorim publicou uma filmografia completa de Textor, organizada pelo Professor Glênio Póvoas.

https://cinematecapauloamorim.com.br/noticias/1919/antonio-carlos-textor-1932-2023

No Youtube, há uma longa entrevista com Textor gravada em 1997 para o projeto “Persona grata” da Coordenação de Cinema da Prefeitura de Porto Alegre.

https://youtu.be/okFCnbp_8OU

Abaixo, matéria do Correio do Povo de hoje, 15 de dezembro.


MORRE O CINEASTA ANTONIO CARLOS TEXTOR
Correio do Povo, 15/12/2023 | 18:05

/ Diretor estava internado há 40 dias no Hospital São Lucas e sofreu uma parada cardíaca na terça-feira

Morreu nesta terça-feira, dia 12 de dezembro, por volta das 6h da manhã o cineasta Antonio Carlos Textor, aos 91 anos de idade. Ele estava internado há 40 dias no Hospital São Lucas, da PUCRS, e sofreu uma parada cardíaca. A cremação ocorreu no mesmo dia no Crematório da Santa Casa de Misericórdia. Com recém-completados 60 anos de carreira, Textor havia recebido uma homenagem em julho de 2022, com a exibição de três dos seus filmes na Cinemateca Capitólio: “As colônias italianas no Rio Grande do Sul” (1975, 17min, 35 mm para DCP), “Carrossel” (1985, 10min, 35 mm para DCP) e “Crônica de um rio” (1988, 10min, 35 mm para DCP).

A sessão dos filmes de Textor foi seguida por um debate em torno da obra do cineasta e do trabalho de preservação dos filmes do acervo da Cinemateca Capitólio, com o técnico em cultura Marcus Mello e o programador Leonardo Bomfim Pedrosa, além dos curadores da Mutual Films (Aaron Cutler e Mariana Shellard).

Antônio Carlos Textor nasceu em Soledade no dia 11 de fevereiro de 1932. O cineasta gaúcho começou a fazer filmes em 1963 e seguiu nesta carreira por mais de cinco décadas. Ele experimentou diferentes estilos em mais de 20 filmes no formato de curta-metragem, muitos deles premiados em festivais ao redor do Brasil.

Em documentários e em ficções de natureza lírica e experimental, Textor trouxe poesia para o formato do curta, registrando a vida urbana de Porto Alegre e áreas rurais e também a vida das comunidades de imigrantes pelo Rio Grande do Sul. “O novo cinema gaúcho começou com Textor”, escreveu o cineasta Jorge Furtado em 2003, quando foi realizada uma retrospectiva do cineasta na Sala P.F. Gastal da Usina do Gasômetro. Ele rompeu com a tradição gaúcha de narrativas históricas ao registrar para a câmera o mundo atual como ele estava vendo no momento.

Textor deixa a esposa Erenita Vieira Textor, de 88 anos, e os três filhos homens, Duda (artista plástico e poeta, 52 anos), Alexandre (designer, 55 anos) e Mario Luiz (economiário aposentado, 64 anos).