Nesta quarta-feira, 15 de agosto, a Casa de Cinema de Porto Alegre recebeu o Troféu Eduardo Abelin no Festival de Gramado, pelos seus 20 anos de atividades, que se completam este ano.
Foi a primeira vez que a Comissão Executiva de Gramado resolveu conceder aquele troféu para uma instituição. Até então, os vencedores do Eduardo Abelin foram os cineastas Hector Babenco, Tizuka Yamasaki, Cacá Diegues, Roberto Farias e Carlos Reichenbach.
A entrega do troféu foi feita por Michael Menta, da RGE. A apresentação do Festival está a cargo dos atores José Wilker e Andrea Buzato.
Ao receberem o prêmio, os seis integrantes da Casa de Cinema de Porto Alegre se manifestaram no palco do Palácio dos Festivais.
Luciana Tomasi, que está em viagem no exterior, foi a única a aparecer em vídeo, no telão ao fundo do palco. Falou sobre a importância que o Festival de Gramado teve para o surgimento da Casa de Cinema e terminou sua mensagem gravada com um “Viva o cinema brasileiro!”
Giba Assis Brasil lembrou que, exatamente 20 anos atrás, em agosto de 1987, quando o grupo original se reuniu para criar a cooperativa que viria a ser a primeira fase da Casa de Cinema, alguém questionou se o projeto seria viável e alguém respondeu que, se durasse dois anos, já seria uma boa tentativa. Dividiu então a homenagem com os outros sócios-fundadores, que a partir de 1981 foram para outras produtoras, outras cidades, outras áreas de atuação: Angel Palomero, José Pedro Goulart, Monica Schmiedt, Roberto Henkin, Sérgio Amon, Werner Schünemann.
Nora Goulart agradeceu aos funcionários e ex-funcionários da Casa de Cinema, e também aos colaboradores que já participaram dos filmes, vídeos e programas de televisão produzidos pela Casa, um exército de 1422 pessoas. Em especial, aos 6 colaboradores mais freqüentes da produtora, o fotógrafo Alex Sernambi, o diretor de arte Fiapo Barth, a figurinista Rosângela Cortinhas, o músico Leo Henkin, a produtora de elenco Cynthia Caprara e o assistente de câmara Juliano Lopes.
Jorge Furtado apresentou uma série de cartazes - feitos com a ajuda de sua filha Alice - com números significativos da produção ficcional da Casa: em 76 filmes, vídeos e programas produzidos, foram criados 1103 personagens, graças à participação de 656 atores. E homenageou os atores que mais vezes apareceram nos créditos: Irene Brietzke, Janaína Kremer Motta, Márcia do Canto, Marcos Breda, Mirna Spritzer e Oscar Simch (6 vezes); Angel Palomero, Leverdógil de Freitas e Zeca Kiechaloski (7 vezes); Marta Biavaschi e Pedro Santos (8 vezes); Antônio Carlos Falcão, Júlia Barth, Artur Pinto, Zé Adão Barbosa e Zé Vitor Castiel (9 vezes); Júlio Andrade (10 vezes); Nélson Diniz (11 vezes); Marco Antônio Sorio e Werner Schünemann (13 vezes); Sérgio Lulkin (15 vezes); e os campeões Carlos Cunha Filho e Lisa Becker (17 vezes).
Ana Luiza Azevedo destacou as parcerias que a Casa de Cinema desenvolveu ao longo dessas duas décadas, com patrocinadores como a Copesul e a Brasil Telecom, a própria RGE que estava oferecendo o troféu, emissoras de TV como a Globo e a RBS, públicas como a TVE e a TV Cultura, ou estrangeiras como a ZDF e o Chanel Four, empresas que estiveram sempre presentes nos projetos da Casa como a Quanta e a Kodak. Terminou parafraseando o personagem Zico, de SANEAMENTO BÁSICO, O FILME: “Essas parcerias nos mostraram que, para fazer cinema, não era preciso sair de Porto Alegre.”
O último a falar foi Carlos Gerbase, que dedicou a homenagem a um companheiro de sempre da Casa de Cinema de Porto Alegre, recentemente falecido após uma cirurgia do coração: Júlio César Spier (16/02/1960 - 03/05/2007), fotógrafo, operador de câmara, montador, produtor, técnico em eletrônica e informática, inventor, eletricista, quebrador de galhos, amigo, parceiro e mestre de uma geração inteira de cineastas gaúchos.
Sócios da Casa com o Troféu Abelin