Nanda Marques fala sobre sua Ana Paula em Dr4g0n

NANDA MARQUES SOBRE PERSONAGEM:
“CARREGA O PESO DO MUNDO NAS COSTAS”
Resenhando, 14/07/2024

/ Nanda Marques fala sobre a protagonista em “Dr4g0n”, nova série do Globoplay: “Ela carrega o peso do mundo nas costas”. Foto: Fabio Rebelo

Nanda Marques, atriz paulistana, mal pode esperar para o público conhecer Ana Paula, a protagonista na mais nova série Original Globoplay, “Dr4g0n”. Primeira trama da plataforma ambientada no universo de e-sports, a obra conta em oito episódios, disponibilizados no dia 18, a história de dois irmãos que passam a sustentar os pais formando um time de players profissionais, após a empresa da família entrar em falência.

Ana Paula, estudante de administração, é a irmã mais velha de Daniel (Cauã Martins). Independente, boa em fingir confiança e proativa até o ponto de sucumbir ao estresse, ela também pode ser impulsiva e, por isso, está sempre correndo atrás do prejuízo das ideias megalomaníacas que inventa. Quando a empresa dos pais quebra, se sente responsável por achar uma solução e decide investir na carreira do irmão, ao descobrir que ele é um verdadeiro prodígio nos jogos eletrônicos.

“Ana Paula tem um senso de humor bem específico, oscila entre uma super confiança e uma total falta de autoestima. Ao mesmo tempo em que precisa de proatividade e força, ela também mostra vulnerabilidade. É um papel muito difícil, e necessita de uma grande versatilidade do ator. O primeiro teste da Nanda mostrou tudo isso”, revela Tiago Rezende, criador da obra.

Nanda Marques pode ser vista na novela “Um Lugar ao Sol” como Cecília, filha da personagem de Andréa Beltrão, disponível no Globoplay. A atriz foi destaque como a protagonista de dois projetos: a série “Colônia”(Globoplay), baseada no livro-reportagem “Holocausto Brasileiro”, da jornalista Daniela Arbex, que virou o filme “Ninguém Sai Vivo Daqui”, recém-lançado nos cinemas brasileiros, e o longa-metragem “Nas Mãos de Quem Me Leva”, além de ter feito uma participação no drama “Marighella”, longa de Wagner Moura. Em 2018, fez parte do elenco da série “Onde Nascem os Fortes”, e a sua estreia na TV se deu no ano anterior, na série cômica “A Fórmula”, dividindo uma mesma personagem com a atriz Cláudia Raia. No teatro, se envolveu com os espetáculos “Fala Comigo Doce Como a Chuva”, “Reunificação das Duas Coréias” e “Bang Bang: você Morreu”.

Conte um pouco mais sobre a Ana Paula. Como você define a personagem?

Nanda Marques - Ana Paula é uma menina muito determinada, sempre querendo dar sua melhor versão para o mundo, para a família. Ela é tão competitiva que compete com ela mesma, querendo sempre se superar. E com isso ela esbarra em coisas como ansiedade, que me identifico bastante. Ela acaba se atropelando pela ânsia de querer salvar logo a questão financeira da família, carrega muito o peso do mundo nas costas. E por conta de os pais serem pessoas mais despreocupadas, mais relaxadas, ela acaba tomando responsabilidades que não são dela. O que ela pretendia ao entrar na faculdade de Administração era ampliar o negócio dos pais, transformar em algo maior e ser reconhecida por isso. Esse desejo dela de aprovação vem de um trauma da escola: ela sempre foi competitiva desde pequena e jogava futebol. Por conta de um treinador, ela se traumatizou e nunca mais jogou. Por isso tenta se superar em tudo. Ana Paula é determinada, ansiosa, competitiva, muito ativa e com o coração muito bom.

Como foi, para você, abordar o abismo geracional entre pais e filhos na série?

Nanda Marques - Enxergo essa relação dela com os pais como uma hierarquia invertida, do filho ter que assumir um lugar que não pertence a ele, responsabilidades que não são dele e isso me atravessou muito. Na última semana de gravações, eu li de novo o roteiro do início ao fim. Isso fez eu criar mais uma camada para a Ana Paula, e entendi mais esse lado dela de querer tanto aprovação. Tem uma carência que me surpreendeu.

Como foi sua relação com o restante do elenco nos bastidores da gravação?

Nanda Marques - O Cauã é maravilhoso, um ótimo ator, excelente profissional, está sempre pronto, sempre afim, admiro muito. O lado do carinho foi imediato, no primeiro teste já tinha certeza. Ele faz muito bem o personagem. A gente se deu muito bem desde o início. Ele é mais prático, eu sou mais sentimental e ele me ajudou muito. Viramos “manos”. Durante as gravações, todos viramos superamigos, sempre juntos, brincando, trabalhando, virou uma família mesmo, uma surpresa muito boa, algo que não esperava. A gente se apaixonou pelos personagens e depois nos apaixonamos entre nós.

A parceria com os diretores também foi marcante para você?

Nanda Marques - Foi maravilhoso trabalhar com o Thiago e a Ana, eles foram super atenciosos, desde a condução do teste. Sempre nos deram espaço para troca, para darmos opiniões, participarmos. Por conta de o Thiago ter escrito a série, além de dirigir, eu ficava preocupada que ele tivesse uma Ana Paula muito idealizada na cabeça dele, mas ele foi superaberto a contribuições.

Você já conhecia o universo de e-sports? Fez alguma preparação especial para mergulhar na trama?

Nanda Marques - Eu sempre fui, dos meus irmãos, a que nunca deu bola para o videogame, enquanto eles brigavam para ver quem ia jogar, eu nunca fazia questão. Sou bem Ana Paula nesse aspecto e fui me envolver mais com o tema por causa da série mesmo, quando comecei a entender o quanto é preciso ser dedicado e talentoso para ter sucesso nesse meio. Foi algo que me surpreendeu, como também o fato desse ramo ser, hoje, uma possibilidade de profissão para muitas pessoas. Assisti alguns documentários e, claro, já adorei torcer para alguns times que acompanhamos em competições. Isso eu adoro, quando tem time brasileiro participando, eu super vibro.

Criado por Tiago Rezende, o Original Globoplay “Dr4g0n” tem produção de Nora Goulart, da Casa de Cinema de Porto Alegre. A direção da obra é de Ana Luiza Azevedo e Tiago Rezende. A série é escrita por Tiago Rezende, Ana Saki e Tomas Fleck. A supervisão de texto é de Jorge Furtado. A direção de fotografia é de Rafael Duarte e a direção de arte é de Martino Piccinini. A montagem é de Giba Assis Brasil, Joana Bernardes e Jonatas Rubert.