Cretinália

(2020, duração 7 min, prop. tela 1.77)

Colagem de Alex Sernambi

Isolado durante a pandemia, um cineasta descobre um discurso de Camus nos anos 1950 e um poema de Pope do século XVIII em conexão com Lewis Carroll e Bob Dylan, e a partir daí reflete sobre as relações entre arte e política no Brasil de 2020.

Realizado para o programa IMS Convida, do Instituto Moreira Salles.

Créditos

Direção: Jorge Furtado
Roteiro: Jorge Furtado
Produção: Nora Goulart
Montagem: Giba Assis Brasil, edt
Clip e artes: Alex Sernambi
Música, instrumentos e voz: Jonas Lewis
/ sobre poema de Alexander Pope
/ (tradução de Jorge Furtado)
Edição de som e mixagem: Rafael Rodrigues
Assistência de montagem: Jonatas Rubert, edt

Realização: Casa de Cinema de Porto Alegre
para Instituto Moreira Salles

Crítica

“O poema de Alexander Pope é uma sátira onde a deusa Dulness (vossa Lerdeza) governa um reino de dunces (burros, ignorantes, cretinos). (…) A tradução poderia ser ‘O Burrismo’, ou ‘O Ignorantado’ mas, pensando na classe governante brasileira, um grupo que inclui sicários corruptos, militares saudosos das torturas, falsos pastores, vigaristas alucinados, obscurantistas delirantes, punguistas profissionais, imbecis e oportunistas patéticos, acho que uma boa tradução é ‘A Cretinália’.”
(Tovi Mazzilli, Blog Nuncius Australis, 09/07/2020)

“In the ironic similarity between distant times and places (Brazil-England), we discover the repetition of the absurd, the madness, the inaptitude, the shame. The crisis of historical sense and the malaise in Bolsonarist Brazil are both conspicuous. ‘120 thousand deaths. How many could have been avoided?’ For the questions that Furtado asks, there are no answers. There is no explanation for the government’s policy of death, there is no logic to the images of hundreds of graves dug across the country, side by side. There is shame.”
(Andréa França et Patrícia Machado, Debordements, 18/05/2021)

(mais tarde publicado em português na revista Galáxia nº 48, março/2023)
“Na irônica semelhança entre tempos e lugares distantes (Brasil-Inglaterra), descobrimos a repetição do absurdo, da loucura, da torpeza, da vergonha. A crise de sentido histórico e o mal-estar do Brasil bolsonarista são evidentes. ‘120 mil mortes. Quantas poderiam ter sido evitadas?’ Para as perguntas que Furtado faz no curta de 7 minutos, não há respostas. Não há explicação para a política de morte, não há lógica para as imagens impressionantes de centenas de covas abertas, uma ao lado da outra. Há vergonha.”

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