Me beija

(35 mm, 83 min, cor, 1984)

(janela 1.33, som óptico mono)

Foto por Alberto Salvá: Rudi Lagemann e Nina de Pádua

Vera é orientadora educacional numa escola do interior. Passa os dias resolvendo pequenos problemas dos alunos e, nos intervalos, tomando chá e conversando com seu grande amigo Leandro. De repente, surge um hóspede na escola. Parece que o seu nome é Raul. Ninguém sabe de onde ele veio ou o que faz para viver. Vera se apaixona, Leandro descobre que está sozinho, o diretor Sartori se inquieta. De alguma forma, toda a escola se modifica com a breve passagem de Raul. Pra sempre.

Créditos

Direção: Werner Schünemann

Produção Executiva: Sérgio Lerrer
Roteiro: Werner Schünemann ,Rudi Lagemann e Giba Assis Brasil
Direção de Fotografia: Alberto Salvá
Direção de Arte: José Artur Camacho e Marlise Storchi
Música: Celso Loureiro Chaves
Direção de Produção: Rudi Lagemann
Montagem: Francisco Sérgio Moreira
Assistente de Direção: Giba Assis Brasil

Distribuição: Casa de Cinema PoA

Elenco Principal:
Nina de Pádua (Vera)
Rudi Lagemann (Raul)
Ney Laux (Leandro)
Breno Ruschel (Sartori)

Prêmios
  • 2º Rio Cine Festival, 1984:
    Melhor Fotografia, Melhor Atriz (Nina de Pádua), Melhor Mixagem, Ator Revelação (Rudi Lagemann), Menção Honrosa para diretor estreante, Menção Honrosa de proposta de produção.
  • 17º Festival do Cinema Brasileiro, Brasília, 1984:
    Melhor Ator (Rudi Lagemann) e Melhor Direção.
Crítica

“ME BEIJA é uma história de amor: Raul (Rudi Lagemann), homem de seus quase 30 anos, sem esperança e misterioso, abandona Porto Alegre e parte para o interior, onde conhece Vera (Nina de Pádua), encantadora e meiga professora escolar. (…) Apesar da pouca idade de seus realizadores (…), ME BEIJA se revela um trabalho de alto gabarito, não só pela concepção do enredo, mas também pela excelente trilha musical de Celso Loureiro Chaves e pela correta - e premiada - fotografia de Alberto Salvá.”
(Ricardo Largman, JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 23/05/84)

“O diretor tem senso de ritmo e sabe explorar as potencialidades dramáticas contidas em cada plano. (…) Sem utilizar palavras de ordem, sem recorrer a esquemas superficiais e deixando de lado a retórica que tem feito naufragar no ridículo os panfletários sem substância, Werner Schünemann e seus colaboradores no roteiro (…) souberam criar situações que refletissem toda uma realidade, que se manifesta, assim, através do comportamento dos personagens. (…) ME BEIJA, sendo um filme feito por jovens, aponta para o futuro, enquanto descreve os conflitos que se estabelecem entre seres humanos em situações impróprias para o desenvolvimento da expressão plena.”
(Hélio Nascimento, JORNAL DO COMÉRCIO, Porto Alegre, 13/11/84)

“ME BEIJA é o mais perfeito dos filmes gaúchos, embora não chegue ao nível de comunicação de VERDES ANOS. Schünemann propõe um tema mais intimista, um triângulo de amor imperfeito, que transcende a uma simples crônica romântica. No centro de tudo está a personagem Vera (excelente criação de Nina de Pádua), uma figura forte, lutadora, apaixonada e de grande conteúdo interior. (…) Os dois homens que se apaixonam por ela são bem o seu oposto. Leandro (…) não consegue contestar nada porque se sente protegido pela estrutura arbitrária e conservadora do colégio. Raul é um cínico desiludido, de passado nebuloso, desesperançado e destrutivamente contestador. (…) A única que resiste a todos os embates do filme é Vera. é mãe, mulher, amante, sem perder entretanto o sonho e a paixão.”
(Goida, ZERO HORA, Porto Alegre, 22/11/84)

“ME BEIJA é um filme que termina por nos lembrar que as marcas da repressão não são apenas as políticas. Existem também as marcas na alma, invisíveis num primeiro olhar, mas que terminam por se constituir na própria capacidade de um indivíduo, oprimido pelo medo, de alcançar o equilíbrio emocional. (…) Cinematograficamente, (o filme apresenta) a correta opção pelo realismo de cena e pela luz que sempre emana de personagens verídicos. Como documento, expressa a dor, a frustração e os sinais de esperança de uma geração que cresceu limitada e que terminou criando o seu espaço.”
(Hélio Nascimento, FILME CULTURA, Rio de Janeiro, dezembro/84)

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