Meia encarnada dura de sangue

(Beta Digital, 23 min, cor, 2000)

(janela 1.33, som digital estéreo)

Episódio da série "Brava gente" da TV Globo.

Foto por Alex Sernambi: Camila Pitanga e Sérgio Menezes

No interior do Rio Grande do Sul, em 1953, o craque Bonifácio vive um dilema. Jogador de um time de futebol amador integrado por jogadores negros e pobres, ele é convidado a fazer parte da equipe dos brancos e ricos. Seria a chance de oferecer uma vida melhor à namorada, a doméstica Elisa. Mas seu melhor amigo Vicente não entende o que considera uma traição.

Créditos

Direção: Jorge Furtado

Produção Executiva: Nora Goulart e Luciana Tomasi
Roteiro: Jorge Furtado e Guel Arraes, a partir de conto de Lourenço Cazarré
Direção de Fotografia: Alex Sernambi
Direção de Arte: Fiapo Barth
Música: Leo Henkin
Montagem: Giba Assis Brasil
Assistente de Direção: Ana Luiza Azevedo

Uma Produção TV Globo

Realização Casa de Cinema PoA

Elenco Principal:
Sérgio Menezes (Bonifácio)
Camila Pitanga (Elisa)
Aldri D’Anunciação (Vicente)

Crítica

“O alívio imediato à fuga da linguagem televisiva veio com o excelente ‘Meia encarnada dura de sangue’. Com direção de Jorge Furtado, o episódio teve tudo de TV: tema popular, externas coloridas, sotaque e caracterização corretos, takes na medida e os infalíveis Francisco Cuoco e Suzana Vieira. Isso sem falar na bela Camila Pitanga e no promissor Sérgio Menezes, o protagonista. Fiel à teledramaturgia, Meia encarnada dura de sangue conseguiu remeter a cenas de Goya, de Carlos Saura, sem perder o tom de capítulo bom de novela.”
(Patrícia d’Abreu, JB Online, 28/12/2000)

“Meia Encarnada Dura de Sangue foi conciso e preciso. Narra a história do primeiro jogador negro de uma cidade gaúcha a jogar no time dos brancos. Com trabalhos sensíveis de Sérgio Menezes (que já havia arrasado como Jesus na novela Força de um Desejo) e Camila Pitanga, e ainda Othon Bastos, Suzana Vieira e até Francisco Cuoco em boa participações, o especial mostrou texto forte e enxuto, sobre discriminação, desejo de crescimento e delicadeza.”
(Clara Arreguy, Estado de Minas, 28/12/2000)

“Meia Encarnada Dura de Sangue é um título longo ruim para uma história interessante que não se realiza bem. (…) O tema é bom. Um negro bom de bola é cooptado pelo time dos brancos, que compra seu talento. Os negros queriam fazer daquele jogo uma vitória sobre os brancos; as posições racistas naquele contexto são dos negros. Os brancos querem negócios e vitória. A discussão não é aprofundada, mas o telespectador capaz de analisar entende, nas entrelinhas, que a posição modernizadora está com os brancos. Não exatamente uma posição ética, mas modernizadora.”
(Ivan Ângelo, O Estado de São Paulo, 28/12/2000)

“Se os críticos da APCA já não tivessem escolhido os melhores do ano, certamente levariam em consideração o especial Brava Gente, que a Globo exibiu depois do Natal. Assinado por Guel Arraes, um dos mais talentosos diretores da TV brasileira, Brava Gente vem provar que é possível conjugar entretenimento com um pouco de informação cultural. (…) Ao liderar o processo de abrir as portas do veículo para novas experiências - o episódio Meia Encarnada Dura de Sangue, foi entregue à Casa de Cinema, uma produtora independente do Rio Grande do Sul, por exemplo -, Guel está arejando a área de criação da Globo, ocupada por profissionais competentes, mas que dominam o pedaço há mais de 20 anos.”
(Leila Reis, O Estado de São Paulo, 01/01/2001)

Tema musical

“Bonifácio e Elisa”, de Leo Henkin

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