Memória

(35 mm, 14 min, cor, 1990)

(janela 1.33, som óptico mono)

Foto por Christian Lesage

DIREITOS ATUAIS: Prana Filmes

No Brasil, as cópias de filmes podem ser exibidas por 5 anos, depois são destruídas. Uma fábrica em São Paulo utiliza cópias de filmes como matéria prima para confecção de vassouras. Após 25 anos afastado da vida pública, Jânio Quadros volta a se eleger prefeito de São Paulo. 1989 é um ano decisivo para o Brasil: a primeira eleição presidencial direta em três décadas. Alguns candidatos são nossos velhos conhecidos. Mas ninguém lembra mais o que aconteceu da última vez.

Créditos

Direção: Roberto Henkin

 

Produção Executiva: Luciana Tomasi 

Roteiro: Roberto Henkin e Jorge Furtado 

Direção de Fotografia: Christian Lesage 

Direção de Arte: Fiapo Barth 

Música: Leo Henkin 

Direção de Produção: Nora Goulart 

Montagem: Giba Assis Brasil 

Assistente de Direção: Ana Luiza Azevedo

 

Uma Produção da Casa de Cinema PoA

 

Elenco Principal

João Batista Diemer (Narração masculina) 

Maria Verbena de Souza (depoimento)

Prêmios
  • 2º Prêmio Iecine (Governo do Estado/RS), 1989:
    Apoio à Produção.
  • 18º Festival do Cinema Brasileiro, Gramado, 1990:
    Melhor Roteiro de Curta.
  • 23º Festival do Cinema Brasileiro, Brasília, 1990:
    Melhor Curta-metragem (Júri Oficial e Júri Popular), Melhor Montagem.
  • 13ª Jornada de Cinema e Video do Maranhão, São Luis, 1990:
    Destaque do Júri (bloco dos 4 melhores filmes), Melhor Roteiro, Melhor Montagem, Menção Honrosa do Júri do CNC, Menção Honrosa do Júri do OCIC.
  • 19º Festival Ibero-americano de Huesca, Espanha, 1991:
    Melhor Curta-metragem, Melhor filme de 1991 segundo a Federação Aragonesa de Cineclubes.
Crítica

“MEMÓRIA faz parte de uma vertente pouco explorada pelo cinema: a do filme-ensaio, que conbina recursos de linguagem do documentário e da ficção. (…) A cena da operária cega que descreve suas sensações diante de um filme que está sendo projetado sugere um cruzamento de dois mestres alemães: Wim Wenders e o Werner Herzog do documentário ‘No país do silêncio e da escuridão’.”
(Sérgio Bazzi, Jornal de Brasília, 12/10/1990).

“Henkin apresentou um curta tão inteligente quanto ILHA DAS FLORES, (…) um filme-impacto, original e criativo em sua construção e que também tem grande força política. (…) Pode-se considerar MEMÓRIA, em sua forma, o primeiro filme que se exibe no Brasil como oposição a Collor e seu projeto político.”
(Aramis Millarch, Estado do Paraná, 21/10/1990)

“O destaque absoluto (…) é MEMÓRIA, dirigido pelo gaúcho Roberto Henkin. (…) Feito pouco antes da posse de Fernando Collor de Mello na presidência, o documentário é focado numa cega que ama cinema e, paradoxalmente, trabalha numa fábrica que transforma filmes velhos em piaçavas. Paralelamente, ensaia uma reflexão sobre o símbolo da vassoura de Jânio Quadros com o discurso do caçador de marajás de Collor. Trata-se do mais contundente depoimento do cinema brasileiro em relação ao governo que tentou destruí-lo.”
(Hugo Sukman, O Globo, 26/08/1999)

“MEMÓRIA, de Roberto Henkin, promoveu uma série de associações de ideias para denunciar, ao mesmo tempo, a hipocrisia eleitoral e a incúria com a memória cinematográfica. (…) As vassouras construídas com películas de filmes e as vassouras de Jânio faziam o elo entre os dois setores, tendo ainda os cegos como personagens de ligação simbólica. Em toda a sua extensão, MEMÓRIA trnascendia o valor intrínseco de suas imagens para dar forma a um fluxo de pensamento incisivo e original.
(Carlos Alberto Mattos, “Cinema de fato, anotações sobre documentário”, Ed. Jaguatirica, 2016)

“Depoimentos de cidadãos são mesclados a uma construção narrativa incrível, que dá ao filme uma característica de meta-cinema, algo muito caro às produções da Casa de Cinema. (…) Com uma abordagem crítica e pontuada de amargura pela ignorância corrente, o curta de Henkin relembra que ‘lembrar é preciso’, caso contrário, não há vida, há um espetáculo de marionetes.”
(Luiz Santiago, Blog Cinerevista, 01/08/2017)

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