Tolerância

(35 mm, 110 min, cor, 2000)

(janela 1.66, som óptico Dolby SR, som digital Dolby)

Foto de Alex Sernambi: Maitê Proença e Roberto Bomtempo

DIREITOS ATUAIS: Prana Filmes

Márcia e Júlio, depois de 20 anos de casados e com uma filha adolescente, se veem obrigados a confrontar suas civilizadas teorias sobre o sexo e a política com a realidade, descobrindo que nem o mundo, nem eles mesmos, ainda são suficientemente civilizados.

Créditos

Direção: Carlos Gerbase

Produção Executiva: Luciana Tomasi e Nora Goulart
Roteiro: Carlos Gerbase, Jorge Furtado, Giba Assis Brasil e Alvaro Luiz Teixeira
Direção de Fotografia: Alex Sernambi
Direção de Arte: Fiapo Barth
Música: Flávio Santos, Marcelo Fornazier e Carlos Gerbase
Direção de Produção: Denise Garcia e Marco Baioto
Montagem: Giba Assis Brasil
Assistente de Direção: Ana Luiza Azevedo

Uma Produção da Casa de Cinema P.A.

Distribuição: Columbia Pictures do Brasil

Elenco Principal:
Maitê Proença (Márcia)
Roberto Bomtempo (Júlio)
Maria Ribeiro (Anamaria)
Nélson Diniz (Teodoro)
Ana Maria Mainieri (Guida)
Werner Schünemann (Juvenal)

Prêmios
  • 1° Prêmio RGE/Governo do Estado do RS, 1999:
    Apoio à produção.
  • 1º Prêmio APTC-RS, 2000:
    Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Montagem, Melhor Música, Melhor Som, Melhor Direção de Arte
  • 5º Festival de Cinema Luso Brasileiro, Santa Maria da Feira, 2001:
    Prêmio Revelação.
  • 5º Festival do Cinema Brasileiro de Miami, 2001:
    Melhor Ator (Roberto Bomtempo).
  • 24º Festival do Novo Cinema Latino-americano, Havana, Cuba, 2002:
    Prêmio Popularidade (Melhor Filme segundo a votação do público)
Crítica

“A façanha principal de Gerbase é a de ter entrelaçado de modo competente e original suas várias linhas de força: o sexo, a política e o crime. (…) Esse mecanismo de contínua destruição e reconstrução do ‘real’ faz de TOLERÂNCIA um estimulante exercício de narração cinematográfica, que vivifica e problematiza todas as suas dimensões: a de aventura policial, a de estudo de costumes e, principalmente, a de enviesado balanço de gerações.”
(José Geraldo Couto, FOLHA DE SÃO PAULO, 23/10/2000)

“Do drama matrimonial do princípio, TOLERÂNCIA torna-se um suspense eficiente, em que Gerbase usa o recurso da não-linearidade. TOLERÂNCIA vale o ingresso.”
(Stefan Ligocki, ZERO HORA, 31/10/2000)

“São quase três filmes em um. Começa como uma moderna comédia de costumes, vira um drama conjugal barra-pesada e termina como um suspense bem arquitetado. (…) O resultado é uma hábil mistura de ingredientes. TOLERÂNCIA consegue ser despretensioso sem cair na banalidade.”
(Revista ÉPOCA, 06/11/2000)

“Logo o espectador percebe que o filme não vai permanecer apenas no plano das idéias e das reflexões. Pelo contrário, ele vai além, muito além, sempre brindando o público com dúvidas e armadilhas perspicazes, como deve acontecer num bom drama policial. (…) Competente e eficiente, o filme envolve e prende a atenção do espectador. É mais um belo trabalho brasileiro que merece ser conferido na tela grande.”
(Celso Sabadin, revista virtual CINECLICK, 06/11/2000)

“A fita, dirigida por Carlos Gerbase (que, como bom gaúcho, também é escritor e acaba de lançar um novo livro), é modernérrima. Tem troca de casais, banda de rock pauleira formada por mulheres. Poderia ser filmada em qualquer metrópole brasileira, exceto por alguns detalhes. Todos os personagens se tratam por tu. Até Maitê Proença, que é paulista, aprendeu a chamar policial de brigadiano. E o personagem de Roberto Bomtempo trabalha com computação gráfica e, a certa altura, aparece encarando um chimarrão.”
(João Gabriel de Lima, Revista VEJA, 08/11/2000)

“Tudo se encaixa, tudo se justifica, qualidade que todo roteiro quebra-cabeças persegue, mas quase nenhum alcança. Tolerância é um filme afilado na teoria, exemplar na execução e, o mais importante, capaz de somar apelo comercial e inteligência.”
(Jaime Biaggio, O GLOBO, 10/11/2000)

“Tolerância é um filme muito bem feito. Implode o conceito de gênero, porque trafega por vários deles, o que não deixa de revelar que outra das preocupações de Gerbase, além de (re)ver criticamente os ideais da geração de 68, é discutir a própria linguagem.”
(Luiz Carlos Merten, AGÊNCIA ESTADO, 10/11/2000)

“Há tempos o cinema nacional não produzia um thriller erótico. Muito menos um envolvente. Tolerância, de Carlos Gerbase, dá a largada como um drama conjugal, mas pouco a pouco prende a atenção do espectador enveredando pelo suspense.”
(Elaine Guerrini, JORNAL DA TARDE, São Paulo, 10/11/2000)

“Começa como um caso de traição clássica, um ajuste de contas entre marido e mulher, passa por thriller policial e ainda questiona os valores morais de uma geração livre. Tudo costurado com talento.”
(GAZETA MERCANTIL, São Paulo, 10/11/2000)

“Tolerância é um filme atual, globalizante, que aborda questões diretamente ligadas ao país, como a incompatibilidade entre o discurso da justiça e a realidade social, assim como temas universais, como a nova ordem imposta pelo fenômeno da virtualidade. Num mundo em que o real é cada vez mais manipulável, a tolerância corre o risco de tornar uma utopia. Azar da civilização.”
(Ricardo Cota, JORNAL DO BRASIL, Rio de Janeiro, 10/11/2000)

“Carlos Gerbase e a equipe da Casa de Cinema fizeram um filme instigante e moderno, que não se esgota a uma primeira visão. Tolerância consegue, ao mesmo tempo, ser irônico e assustador, mostrando muito de nossa realidade atual em termos comportamentais e políticos.”
(Goida, ABC DOMINGO, Novo Hamburgo/RS, 12/11/2000)

“A todo momento o filme coloca em cheque a Justiça, a ética profissional, a fidelidade no casamento e assim por diante. A tolerância, no caso dos personagens, muito bem interpretados, atinge graus de elasticidade impressionantes. O diretor, que também assina o roteiro com Jorge Furtado, Giba Assis Brasil e Álvaro Teixeira, faz um paralelo com o País e a população hoje. E acerta em cheio.”
(Alessandro Gianinni, revista ISTOÉ GENTE, 13/11/2000)

“São vários os motivos para que Tolerância seja um filme prestigiado. Gerbase se aproxima das formas clássicas da narrativa, mas não se recusa a ser moderno. E seu filme possui a primeira e essencial virtude: procura expressar-se através da observação de personagens autênticos. Eis um relato que procura falar do mundo olhando para as criaturas que o habitam.”
(Hélio Nascimento, JORNAL DO COMÉRCIO, Porto Alegre, 17/11/2000)

“Quem esperava de Carlos Gerbase um primeiro longa metragem cinematograficamente perfeito não terá surpresa alguma com TOLERÂNCIA. Dizer que é o melhor filme realizado no Rio Grande do Sul seria pouco - afinal, não temos tantos filmes assim - mas chego a ponto de não temer afirmar que, mais do que isto,TOLERÂNCIA me parece o melhor filme (enquanto produto cinematográfico) realizado no Brasil dos últimos anos. Imagem perfeita, som perfeito, montagem muito boa e uma direção de gente grande, fazem a gente sair do cinema, aqui em Porto Alegre, com um baita orgulho. Afinal, o Rio Grande do Sul sabe fazer cinema. Ou, pelo menos, Gerbase sabe, e muito bem.”
(Nei Gastal, revista virtual BAGUETE DIÁRIO, 17/11/2000)

“TOLERÂNCIA (…) é uma das boas novas do cinema brasileiro em 2000. E é cinema urbano, sem aquela nostalgia repleta de mauvaise conscience que obriga todo diretor, não importando sua origem, a se embrenhar na caatinga, em bumbas-meu-boi e outros artigos folclóricos para americano ver na Festa do Oscar. (…) Se você mora em Porto Alegre (…), vai reconhecer na hora que os atores estão falando de um jeito diferente. É o “porto-alegrês”, uma variante do português brasileiro que guarda algumas curiosidades. A conjugação esquisita da segunda pessoa do singular é uma dessas peculiaridades praticadas ao Sul do Brasil.”
(Leandro Sarmatz, SUPER INTERESSANTE ONLINE, 30/11/2000)

“Tolerância é um dos melhores filmes do cinema brasileiro dos últimos anos. Além do filme propriamente dito, o modelo de produção, baseado na realização coletiva, é um exemplo a ser seguido pelo cinema brasileiro.”
(Newton Cannito, revista CINEMA, novembro de 2000)

“A trama principal é uma intricada teia que costura elementos como adultério, traição, assassinato e - como o próprio titulo indica - tolerância. O grande ponto positivo do roteiro - e um artifício pouco usado no cinema nacional - é deixar o espectador intrigado com as inúmeras versões dos fatos ocorridos, explicando todos os acontecimentos apenas no final. Isso faz com que o público não desgrude os olhos da tela até se convencer, verdadeiramente, não apenas do que aconteceu, mas também de como tudo aconteceu, e isso só ocorre um pouco antes dos letreiros subirem pela tela.”
(Ricardo Rigotti Silva, revista Cinema/Sci-Fi News, novembro de 2000)

“TOLERÂNCIA poderia se chamar SIMULACRO, ou PÓS-MODERNO, pois trata , e muito, da simulação, da perda do real. É o simulacro cinema, falando sobre simulações, de ideais, de imagens, de situações, a própria trama é uma simulação, onde uma aparente vingança pode ser um ato de amor, ou uma aventura policial pode ser um manifesto sobre a condição humana.”
(Luciana Rodrigues, revista virtual MNEMOCINE, 10/12/2000)

“O roteiro é de uma precisão quase suíça: o filme sabe transitar pelo drama conjugal, pelo suspense urbano, pela crônica de costumes e até mesmo pela aventura adolescente sem abdicar de algo que não poucos cineastas esquecem: coerência. Acima de tudo, TOLERÂNCIA é um filme em que o espectador acredita e que, por mais que a trama dê reviravoltas – o que acontece, principalmente, no terço final – este não diminui o seu interesse da mesma forma como não diminui a sua credibilidade.
(Carlos Dunham, revista virtual IMPRENSA JOVEM, 23/02/2001)

“TOLERÂNCIA é um desses raros filmes brasileiros que se vê com prazer e admiração. O roteiro, surpreendentemente enxuto, desenvolve um enredo sobre a capacidade e as conseqüências da tolerância. (…) A traição, o desejo e a manipulação são as tônicas desse inteligente enredo retratando a sociedade brasileira e seus casos de impunidade. (…) TOLERÂNCIA é a prova de um filme que deu certo.”
(DIÁRIO DO NORDESTE, Fortaleza, 30/04/2001)

“Tolerância traz com força uma das principais características desses criadores gaúchos, que é a engenhosidade para lidar com o tempo. Em pouquíssimas e leves imagens e uma voz em off, o espectador já fica sabendo quem são os personagens e o que fazem ali. E o faz crer que o filme parecerá uma história de amor. Não é. De preferência, tire o povinho de até 16 anos da sala.”
(Sandra Seabra, JORNAL DA TARDE, S.Paulo, 14/05/2001)

“TOLERÂNCIA é, inegavelmente, um dos melhores filmes brasileiros lançados recentemente, com uma narrativa cinematográfica perfeita, entrelaçando trama policial, sexo, política e a ética dos relacionamentos num mesmo caldeirão, sem jamais perder a mão. Mais uma boa surpresa de um dos pólos mais importantes de cinema do país.”
(Ana Vidotti, revista virtual CINEWEB, junho de 2001)

“Gerbase demonstra já o desgaste desse tipo de cinema, centrado demais em contar bem uma história e se esquecendo que essa história pode ter uma contrapartida na realidade. Gerbase em TOLERÂNCIA é um excelente aluno de cinema, mas que não consegue perceber nada da realidade. Resta a essa geração, talentosa sem dúvida, poder reaprender a observar a realidade. É preciso.”
(Ruy Gardnier, revista virtual CONTRACAMPO, junho de 2001)

“Bem sucedido comercial e artisticamente, o novo Gerbase representa um porto seguro na evolução do estilo de filmar de seu diretor desde os tempos de Inverno (1983). (…) Gerbase demonstra especial sensibilidade em dirigir seus atores, conferindo harmonia interpretativa a um elenco diferenciado de intérpretes em que a beleza despojada de Maitê Proença se mede com a tensão interior de Roberto Bontempo e (…) com os descontraídos e sensuais jovens em cena.”
(Eron Duarte Fagundes, DVD MAGAZINE, setembro de 2001)

“TOLERÂNCIA está repleto de criativas referências a clássicos. A história do assassinato, cometido pelo cliente de Maitê, muda a cada versão, a exemplo do belíssimo ‘Rashomon’, de Kurosawa. Bomtempo é flagrado com a arma do crime, como Cary Grant em ‘Intriga Internacional’; e o sangue escorrendo pela pia é uma referência clara à parte final da cena do chuveiro de ‘Psicose’. (…) No todo, uma diversão inteligente, que agrada e faz pensar.”
(Marcelo Lyra, JORNAL DA TARDE, 18/03/2002)

“Dissimulado sob a temática mais superficial dos limites do casamento semi-aberto em sua relação com a resignação contra-cultural ao status quo, creio que o tema central que se revela, no filme, é o do sitiamento da masculinidade frente a uma mulher emancipada profissional e sexualmente. (…) É no seu diálogo com a estética noir, nas suas aproximações ou afastamentos para com ela, que o filme produz alguns de seus sentidos mais instigantes. E estes dizem respeito direto a um dos mitos locais mais caros: o da hombridade do gaúcho.”
(Fernando Mascarello, revista SINOPSE, abril/2002)
(também publicado na revista virtual CONTRACAMPO, janeiro/2003)

Tema musical

“Amor e morte”, de Júlio Reny e Jaqueline Vallandro, com a banda Dolly

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