Veja bem

(16 mm, 9 min, cor, 1994)

(janela 1.33, som óptico mono)

Foto por Alex Sernambi

Veja Bem é um filme e é também um objeto, um Zootrópio, espécie de precursor do cinema. Na primeira parte do filme (e do lado de dentro do objeto), o foco de atenção é o homem-músculo, as imagens se repetem até a exaustão, e o texto é de João Cabral. Na segunda parte do filme (e do lado de fora do objeto), o foco de atenção é o maravilhoso e ridículo caleidoscópio de ofertas da cidade, as imagens são pura diversidade, e o texto é de Drummond.

Créditos

Direção: Jorge Furtado

Produção Executiva: Nora Goulart
Roteiro: Jorge Furtado
Direção de Fotografia: Alex Sernambi
Direção de Arte: Fiapo Barth
Música: Leo Henkin
Direção de Produção: Moa Batsow
Montagem: Giba Assis Brasil
Assistente de Direção: Dainara Toffoli

Uma Produção da Casa de Cinema PoA

Elenco Principal:
Carlos Cunha (locução do lado de dentro)
Lisa Becker e Roberto Birindelli (locução do lado de fora)

Crítica

“Na sua estrutura, o dispositivo configura a clássica articulação de trabalho alienado e fetichismo, opondo o mundo da produção e o das imagens-mercadorias. (…) Tudo se move ao som de mecanismos de fábrica cuja cadência se impõe dentro de uma intenção satírica: som e imagem enumeram, justapõem e, pela repetição,acabam criando o efeito de um sistema total, desenhando a anatomia do social enquanto comédia da mecanização e do automatismo. (…) Este modo de introduzir a contradição lembra o efeito gerado pela noção de liberdade ao final de Ilha da Flores. Lá e cá o jogo se desfaz quando se introduz o que não tem lugar na lógica interna da série. (…) Se há alegoria no dispositivo de Furtado, é para evocar um mundo que avança, tecnicamente, sem conseguir juntar o homo ludens e o homo faber.”
(Ismail Xavier)

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