Sobre a Casa

Inauguração

“Há algum tempo, os produtores da nova geração de cinema gaúcho desejavam ter aquela que, agora, é a Casa de Cinema, cuja inauguração acontece nesta terça-feira, às 21 horas, na Rua Lajeado, 776, com o telefone 31-9648. Sem querer transformar as pequenas produtoras cinematográficas gaúchas numa grande empresa de cinema (…), resolveram criar um espaço físico destinado à realização de filmes, onde houvesse intercâmbio de informações e se movimentassem as cópias dos filmes. Cada produtora desenvolverá, na Casa de Cinema, seu projeto, mas a intenção é de se promover projetos comuns, ainda indefinidos.”

(Roberto Antunes Fleck, Zero Hora, 22/12/1987)

“Hoje, um beijo, um abraço, um aperto de mão. Amanhã, filmes de montão. Longa vida e muitas imagens. Estas páginas, que sempre souberam prestigiá-los, sem paternalismo, continuarão abertas. Para registrar novos sucessos. A partir de hoje, o imaginário gaúcho tem casa!”

(Luiz César Cozzatti, Zero Hora, 22/12/1987)

Produção e Distribuição

“Elogiados, mas sem conseguir colocar no mercado a produção acumulada nos últimos sete anos, responsável por 48 prêmios, entre curtas e longas-metragens no país e no exterior, treze jovens cineastas gaúchos criaram recentemente a Casa de Cinema, em Porto Alegre. O objetivo deste espaço é incentivar a comercialização dos filmes e possibilitar a realização conjunta de novos trabalhos.”

(Revista Isto é, 03/02/1988)

“São 13 pessoas - para elas esse número cabalístico até que deu sorte - reunidas num lugar em que o nome já explica tudo: Casa de Cinema. Isso mesmo. No casarão da avenida Lajeado, 776, no bairro Petrópolis, está trabalhando a maioria do pessoal que vem fazendo o ‘novo cinema gaúcho’, desde o início desta década. Um novo cinema que já produziu uns 20 filmes legais e faturou mais de 50 prêmios, tanto em festivais do Brasil como de outros países.”

(José Antônio Silva, Zero Hora, 28/01/1989)

Engenho e Arte

“Se para executar o processo de criação são necessários, como dizia Camões, engenho e arte, a Casa de Cinema dispõe dos dois atributos: é a ‘Casa do Engenho e da Arte’.”

(Maria do Rosário Caetano, Jornal de Brasília, 23/09/1989)

“Assim que se entra no lugar, é possível perceber que existe uma história de filme. Nas paredes, nos cartazes e nas fotos, confirma-se a suspeita: a casa é de cinema. Os inúmeros prêmios recebidos fazem lembrar que a arte sobrevive a qualquer apocalipse.”

(Lúcia Fontanive, Veja RS, 04/04/1990)

Filmes e Prêmios

“Quem passa pela arborizada avenida Lajeado e não lê a placa “Casa de Cinema”, não sabe que ali funciona, praticamente, o cérebro do cinema gaúcho. é que, entre grandes talentos que surgiram na cidade nos últimos tempos, ali se reúnem muitos deles para um trabalho coletivo. (…) O projeto, a princípio, pareceu duvidoso, pois tratava-se do casamento de muitas pessoas. Mas a receita deu mais do que certo. e, no próximo dia 22 de dezembro, a entidade estará completando três anos de existência, já consolidando boa parte da história do cinema gaúcho. Na bagagem, um patrimônio de 26 filmes e 102 troféus.”

(Iria Pedrazzi, Zero Hora Leste-Oeste, 04/12/1990)

“Quem acha que é impossível fazer cinema no Brasil não conhece o trabalho da Casa de Cinema de Porto Alegre. Criada por cineastas gaúchos em 1987, a entidade consolidou o pólo de produção do Rio Grande do Sul, responsável por alguns dos bons curtas-metragens realizados no Brasil nos últimos cinco anos.”

(Alexandre Figueirôa, Jornal do Comércio, Recife, 12/11/1993)

Novas Perspectivas

“Boas perspectivas para 1994 não faltam na agenda da Casa de Cinema. (…) A partir de meados de 1993, a distribuidora de filmes da Casa de Cinema abriu suas portas para outros produtores gaúchos interessados em fazer circular seus filmes além do circuito dos festivais mais conhecidos.”

(Tuio Becker, Zero Hora, 05/01/1994)

“Although [brazilian] film production is largely based in Sao Paulo, the legendary Casa de Cinema group in the southern city of Porto Alegre continues to generate some of the most exciting filmmaking in the country. The group’s best known director, Jorge Furtado (…), screened his new film A MATADEIRA at the festival. (…) Another Casa de Cinema production premiere is Ana Luiza Acevedo’s VENTRE LIVRE. In addition, the outstanding editing skills of Casa de Cinema’s Giba de Assis Brasil shine in this film.”

(Coco Fusco, AFTERIMAGE, 01/10/1994)

“Ventre dos longas VERDES ANOS, ME BEIJA e FELICIDADE é, e dos curtas ILHA DAS FLORES, DEUS EX-MACHINA e O DIA EM QUE DORIVAL ENCAROU A GUARDA, há muito tempo que a Casa de Cinema (Miguel Tostes 317) não é mais o projeto de uma turma de recém-formados. Funcionando desde 1992 no bairro Rio Branco, nos limites entre Bom Fim e Moinhos de Vento, a Casa deixou de ser uma Associação, com 13 integrantes, e virou empresa. Os amigos Carlos Gerbase, Jorge Furtado, Giba Assis Brasil, Luciana Tomasi, Nora Goulart e Ana Azevedo assumiram a direção da produtora.”

(Já Bom Fim Nº 126, 20/10/1997)

10 Anos

“Numa retrospectiva da Casa de Cinema de Porto Alegre, o que o público irá ver é, sem favor nenhum, uma parcela daquilo que o cinema brasileiro produziu de melhor nos últimos anos. (…) E com diversidade temática, dentro da unidade política que caracteriza a produção da Casa.”

(Luiz Zanin Oricchio, O Estado de São Paulo, 21/11/1997)

“Contando os anos bissextos, são os 3.653 dias de atividades da Casa de Cinema de Porto Alegre que estão sendo comemorados a partir de hoje, com o ciclo Dez Anos da Casa de Cinema. O melhor da produção da Casa de Cinema - que se reuniu inicialmente em torno de uma cooperativa - será mostrado desde os seus antecedentes.”

(Zero Hora, 16/12/1997)

História

“Curtas premiadíssimos como Barbosa, Ilha das Flores e Deus ex-Machina, o média Ventre Livre, de Ana Luiza Azevedo, e o longa Verdes Anos trazem a griffe da Casa, assim como especiais, séries e programas jornalísticos de TV, cursos de roteiro e de introdução à realização cinematográfica, debates e projetos via Internet. Este mês, a Globo levou ao ar a microssérie Luna Caliente, uma produção recente. As portas da Casa só se têm mantido fechadas para a publicidade. Mas isto não impediu que a turma respondesse por quatro campanhas do Partido dos Trabalhadores, três das quais vitoriosas.”

(Carlos Alberto de Mattos, O Estado de São Paulo, 22/12/1999)

“But in the 1980s a veritable ‘school’ of short filmmaking emerged in Porto Alegre to parallel those in the major metropolises, São Paulo and Rio de Janeiro. According to Ana López, the difference in the 1980s is that a number of filmmakers (especially someone like Jorge Furtado) actually think of themselves as professional short film makers rather than as aspiring feature directors.”

(Tim Barnard (org), “South American Cinema”, Ed Routledge, Londres, 1996)

“No início era uma cooperativa de cineastas - “um condomínio de produtores”. [Diversos] realizadores gaúchos possuíam as próprias empresas de produção. Como era caro mantê-las e eles também queriam criar uma estrutura de distribuição para os seus curtas, criaram a Casa de Cinema de Porto Alegre. (…) Veio depois a política cultural de terra arrasada do governo Collor. A atividade cinematográfica ficou mais difícil, senão impossível. Houve uma cisão do grupo inicial da Casa de Cinema. Uns foram fazer publicidade, mas permaneceu o núcleo básico dos que insistiam em fazer cinema. Essa é, em resumo, a história de uma das empresas produtoras mais conhecidas do País. Quando o assunto é curta, então, a Casa de Cinema de Porto Alegre tem histórias para contar (e mostrar).”

(Luiz Carlos Merten, O Estado de São Paulo, 22/12/2000)

“A Casa de Cinema de Porto Alegre, produtora de filmes, vídeos e programas de televisão, vive seu ano máximo de realização. Nunca houve tantos projetos em fase de produção. São dois longas-metragens, um curta, dois programas para a série ‘Brava Gente’ da Rede Globo e quatro programas em parceria com a RBS, repetidora da emissora carioca no Rio Grande do Sul. (…) Tamanho número de produções não se deve a um fato isolado ou a qualquer modismo. Os projetos simplesmente calharam de dar certo ao mesmo tempo.”

(Pablo Pires, suplemento MAGAZINE do Jornal O TEMPO, B.Horizonte, 12/03/2001)

Televisão

“O fundamental de toda a história da Casa é a idéia de que o Rio Grande do Sul tinha, e deveria, ser um centro irradiador de cinema para todo o Brasil. (…) O que isto tem a ver com televisão? Tudo, levando-se em conta que na cabeça dos integrantes da Casa de Cinema, a televisão deveria ser uma forte aliada na luta por um mercado de trabalho honesto no ramo do audiovisual. (…) CONTOS DE INVERNO já existe como projeto vitorioso. E no pódio devem estar com certeza todas as pessoas que batalharam para que um novo olhar fosse lançado sobre a classe artística gaúcha. Ela sempre existiu e nunca se furtou a mostrar-se. Somente precisava quem colocasse isto em prática. E a Casa de Cinema, com o auxílio luxuoso de Alice Urbim, Gilberto Perin e Raul Costa Jr mostrou que é possível. Agora é só esperar minissérires, especiais e novelas.”

(Zeca Kiechaloski, ABC DOMINGO, Novo Hamburgo, 14/07/2002)

“Para Giba, o grande diferencial da Casa de Cinema de Porto Alegre são duas atitudes: respeitar a inteligência do público e ser fiel ao próprio imaginário. “Ou seja: não fazemos ‘o que o público quer’, mas também não fazemos `o que nos dá na telha’”, explica melhor. “Isto pode ser uma qualidade ou um defeito, depende do ponto de vista, mas provavelmente é um diferencial. Acho que em geral a gente procura se divertir no trabalho, o que de alguma forma se reflete nos filmes prontos”, complementa.”

(Christian Caselli, TRIBUNA DA IMPRENSA, Rio de Janeiro, 18/06/2003)

“Além de cinema, a Casa também faz produções para televisão e programas eleitorais para partidos de esquerda. Mas, ao contrário da maioria das grandes produtoras do país, não faz publicidade. (…) A relação com a TV Globo começou no início dos anos 90. (…) Agora, um contrato oficializou a parceria com a Globo. A Casa de Cinema vai produzir, ainda para este ano, um produto que mescla ficção e documentário com o nome de CENA ABERTA. (…) E projetos não faltam. Luciana Tomasi agora está atrás de recursos para o longa de Carlos Gerbase, ROTEIROS ENCONTRADOS NUM COMPUTADOR, com custo estimado de R$ 1,5 milhão.”

(Mônica Teixeira, revista TELA VIVA nº 130, agosto/2003)

15 Anos

“Quinze anos de estrada, algumas separações, dezenas de curtas, longas importantes, documentários e produções para a TV. Mantendo a mesma equipe técnica em quase todos os trabalhos que realiza, a Casa de Cinema de Porto Alegre vem se firmando com uma produtora que mostra o Rio Grande do Sul de forma realista.”

(Ana Carolina Costa, revista Luz e Cena nº 60, maio/2004)

“A Casa de Cinema de Porto Alegre conseguiu um feito no mercado nacional. A empresa é uma das poucas fora do eixo Rio-São Paulo que, de fato, brilha nas telas brasileiras. Há mais de 15 anos, tornou-se sinônimo de qualidade. No currículo, tem 150 prêmios nacionais e internacionais, por trabalhos realizados na TV e no cinema. Alguns figuram nas antologias das melhores minisséries da Rede Globo, como Agosto (1993), Memorial de Maria Moura (1994), Luna Caliente (1999). No cinema,o mais recente sucesso foi O Homem que Copiava, uma produção de R$ 3 milhões, em que Luava Piovani, Leandra Leal, Pedro Cardoso e Lázaro Ramos encenam uma história divertida e com surpreendente desfecho.”

(Eduardo Guimaraens, revista Forbes, 23/07/2004)

“Afinal, o que define um bom trabalho? Grana, prêmiois, prazer? Com cinco longa lançados nos últimos seis anos, entre eles MEU TIO MATOU UM CARA e o recente SAL DE PRATA, a Casa de Cinema de Porto Alegre se firma como uma das principais produtoras de filmes de qualidade no país. Mas nada de esquema industrial. Aqui eles só trabalham no que acreditam. Essa é a receita do sobrado localizado num tranqüilo bairro de Porto Alegre, onde três casais trabalham - juntos - fazendo cinema para o mundo.”

(Emílio Fraia, revista TRIP, novembro/2005)

20 Anos

“CASA DE CINEMA IMPULSIONA CINEMA GAúCHO: A Casa de Cinema de Porto Alegre, uma das principais produtoras de cinema do Brasil e a maior fora do eixo Rio-São Paulo, completa 20 anos. Ela foi merecidamente homenageada no Festival de Cinema de Gramado deste ano. Criada por um grupo de jovens cineastas que faziam super-8 no início dos anos 80, a produtora produziu muitos trabalhos para a TV, seis longas-metragens e 30 curtas, contando com o mais recente de Jorge Furtado, SANEAMENTO BáSICO, O FILME.”

(Alessandra Perrechil, Revista de Cinema, setembro/2007)